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O presidente Vladimir Putin: Moscou diz que nenhuma hipótese sobre queda merece descarte
O governo da Rússia fez um apelo à comunidade internacional para ter "prudência" nas especulações sobre as causas do acidente aéreo envolvendo a companhia russa Metrojet (Kogalymavia), nesta quinta-feira (5).
O Airbus 321 caiu na região da Península do Sinai, no Egito, no último sábado (30), com 224 pessoas a bordo. A investigação afirma que a aeronave se despedaçou no ar devido ao fato de os destroços terem sido encontrados em uma ampla área na região.
"Nenhuma hipótese pode ser excluída, mas, ao mesmo tempo, não há bases para acreditar em versões pouco plausíveis. Apenas a investigação trará respostas", disse o porta-voz de Moscou, Dmitry Peskov.
A declaração russa vem após informações de autoridades norte-americanas de que a queda teria sido causada por uma bomba colocada dentro de uma bagagem da aeronave, provavelmente com a ajuda de algum funcionário do Aeroporto Sharm el-Sheikh, localizado na turística região no entorno do Mar Vermelho.
Segundo a imprensa dos EUA, a queda foi orquestrada pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI, ex-Isis), que já reivindicou para si a responsabilidade pelo, por ora, suposto ataque. Apesar de nenhum indício ter sido ainda confirmado, o Reino Unido decidiu suspender voos de companhias áreas locais para a península.
Região do Egito onde caiu a aeronave da Metrojet: Estado Islâmico afirma que a derrubou
A medida foi criticada pelo ministro das Relações Exteriores do Egito, Sameh Shoukry, que ressaltou estar "surpreso" com as declarações do premiê britânico, David Cameron, de que o avião possa ter sido abatido por um explosivo.
"Esta história deve ser esclarecida pelas investigações e não devemos fazer pré-julgamentos, assumindo posições que podem ter implicações sérias", afirmou Shoukry, que classificou a suspensão de voos de "prematura". "Apreciamos o senso de responsabilidade e o desejo de proteger os cidadãos britânicos. Nós também sentimos isso, mas as investigações ainda estão em curso."
A britânica Easyjet, de passagens econômicas, cancelou os quatro voos programados para esta quinta-feira rumo ao balneário Sharm El Sheikh, no Sinai, região onde o Voo 9268 caiu. Os aviões partiriam de Milão, na Itália; e Londres e Manchester, na Inglaterra.
Destroços do Airbus da companhia aérea russa: bomba pode ter derrubado aeronave no sábado
Aviões de companhias aéreas russas, no entanto, continuam a voar regularmente ao Egito, segundo o chefe da agência estatal de Turismo, Oleg Safonov. Ele destacou, porém, que muitos russos têm desistindo de passar férias no país devido às instabilidades locais, reforçadas pela queda do avião da Metrojet.
Restos mortais
Nesta quinta-feira (5), foram identificados os restos mortais de mais 58 das 224 vítimas da queda. O primeiro funeral de passageiros foi realizado em Veliky Novgorod, cidade localizada a 155 quilômetros de São Petesburgo, e contou com a presença de parentes e amigos de Nina Lushenko, de 60 anos.
O governo russo também informou ter recebido os primeiros dados da leitura das caixas-pretas do avião e solicitou que, daqui para frente, sejam divulgadas quaisquer informações sobre o desastre aéreo.
O Voo 9268 da Kogalymavia, que ia de Sharm el Sheikh, no Egito, a São Petersburgo, na Rússia, levava 224 pessoas a bordo, incluindo 17 crianças, sendo a maioria dos passageiros de origem russa. Todos morreram na tragédia.
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