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sexta-feira, 19 de junho de 2015

A inflação tem maior índice para junho desde 1996 Segundo IBGE, a inflação continua subindo; IPCA-15 chegou a 0,99%, atingindo 8,80% no acumulado dos últimos doze meses







Item de alimentação e bebida foi o segundo que mais subiu na pesquisa, com alta de 1,21%(iStockphoto/Getty Images)

Considerado uma prévia da inflação oficial, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu para 0,99% em junho ante maio, informa o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística nesta sexta-feira. Segundo o instituto, é o maior índice para os meses de junho desde 1996, quando chegou a 1,11%.

No acumulado do primeiro semestre deste ano, a taxa ficou em 6,28%, bem acima da verificada no mesmo período do ano passado, de 3,99%, e a maior desde 2003, quando atingiu 7,75%. No acumulado dos últimos doze meses, o índice variou para 8,80%, o maior resultado desde dezembro de 2003, quando registrou 9,86%.

Além de estar em patamares mais elevados do que o verificado nos últimos anos, a aceleração do IPCA-15 mostra que o empenho do governo em segurar os preços, como a escalada dos juros, ainda não começou a surtir os efeitos almejados. A taxa está bem longe do centro da meta definida pela equipe econômica do governo, de 4,5%, e do teto dela, de 6,5%.

Neste ano, os preços têm sido impactados sobretudo pelo aumento das contas de luz, água e gasolina.

Segundo o instituto, a aceleração do indicador de maio para junho foi puxada pelos itens de alimentação e bebidas, que subiu 1,21%, habitação (1,03%), e despesas pessoais (1,79%). As outras seis categorias que envolvem o cálculo também registraram aumento. O item de comunicação foi o que menos teve reajuste de preços, com alta de 0,08%.

O grupo de alimentos, que responde por um terço do IPCA-15, foi o que teve mais peso no cálculo. Os produtos que ficaram mais caros em junho foram a cebola, com alta de 40,29%, seguido pelo tomate (13%), cenoura (5,59%) e batata inglesa (4,42%).

No comparativo entre as regiões pesquisadas, Recife foi o que computou a maior alta nos preços, com aumento de 1,41%. Isso se deve ao aumento no preço da gasolina, cujo litro ficou 9,52% mais caro, segundo o levantamento. Depois da capital pernambucana, aparece Belém, com variação de 1,33%, e Fortaleza, de 1,15%. Na outra ponta, vem Goiânia com a menor taxa de crescimento do IPCA-15, de 0,54%.

A pesquisa é feita com famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, sendo que a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.

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