Diplomacia
Presidente se defende de crítica sobre a reaproximação com a ilha dos irmãs Castro e diz que era preciso mudar política que não deu certo
O presidente Barack Obama (Matt Dunham/AP)
Embora tenha se mostrado otimista, o presidente disse compartilhar a preocupação de dissidentes e ativistas de direitos humanos a respeito da repressão imposta pelo regime cubano sobre os cidadãos da ilha. No entanto, Obama defendeu que o ponto principal da normalização das relações "é ter uma oportunidade maior de exercer influência sobre aquele governo". "Eu não antecipo mudanças do dia para a noite, mas o que eu sei é que se você faz a mesma coisa durante 50 anos e nada muda, você deve tentar algo diferente".
Sobre as críticas de vários líderes republicanos e até democratas, que vêm afirmando que os irmãos Castro podem aproveitar a simpatia dos americanos para fortalecer o regime, Obama respondeu: "Eu ficaria surpreso se o governo cubano tentasse minar o que é efetivamente sua própria política". Mas ele admitiu a possibilidade de que a ditadura ainda tome ações "problemáticas", o que pode tornar mais lenta a relação. No entanto, ressaltou, "esta é a realidade em vários países onde temos embaixada".
Viagem – Obama disse que as relações ainda não estão no estágio que permite uma visita sua à ilha ou viagem de Raúl Castro aos EUA. Acrescentou, no entanto, que ainda é "um homem jovem" e que poderá ir a Cuba algum dia.
Por fim, o presidente contou detalhes da conversa telefônica que teve com Raúl Castro na terça-feira. O presidente afirmou que antes de começar efetivamente o diálogo aproveitou para fazer uma exposição verbal que se estendeu por 15 minutos. Depois do monólogo, ele pediu desculpas a Raúl. O ditador cubano aproveitou então para fazer uma piada. "Não se preocupe presidente, o senhor ainda não quebrou o recorde de Fidel, que uma vez falou sem parar por sete horas". Na sequência, segundo Obama, Raúl também fez um longo monólogo que durou o dobro do tempo de sua fala. "É uma coisa de família", brincou Obama.
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