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quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Israel, Um Povo Muito Especial - Parte II

Não é sem motivo que a terra de Israel é o ponto central da história do mundo e da religião.


Nunca houve neste mundo algo sequer remotamente comparável à história e à sobrevivência do povo judeu. Sua própria existência configura um milagre. É verdade que no passado sempre existiram grandes povos e soberanos. Reis e ditadores têm exercido seu domínio, em parte sobre regiões imensas. No entanto, praticamente nada permanece da sua importância, exceto achados arqueológicos em museus e algumas citações nos livros de história. Estas falam de grandes nomes e feitos e de guerras terríveis. Todavia, quase sempre a força vital desses povos esgotou-se nisso. Sua história é composta de constantes idas e vindas. Um povo substitui outro. Hoje ainda uma potência mundial pode tornar-se amanhã quase inexistente ou, no mínimo, desinteressante. Contudo, Israel, o povo de Deus, permanece para sempre!


“Tu mesmo fizeste de Israel o teu povo particular para sempre, e tu, ó Senhor, te tornaste o seu Deus” (2Sm 7.24).


Com nenhuma outra nação Deus agiu como fez com o povo judeu. Ao longo de sua história de 4.000 anos, ele foi por duas vezes expulso totalmente da sua terra, e por duas vezes retornou a essa mesma terra. Nenhuma outra nação na história da humanidade foi desarraigada duas vezes da sua terra, dispersa até os confins da Terra e trazida de volta à mesma região. E se o primeiro exílio – no cativeiro babilônio – e o posterior retorno já foram algo incomum, o retorno dos judeus nos tempos modernos, depois de quase 2.000 anos de dispersão pelo mundo, é um absoluto milagre.


Nada mais do que seis anos após a Conferência de Wannsee, em que os nazistas decidiram a aniquilação definitiva da “raça judia” – a assim chamada solução final da questão judaica, que vitimou seis milhões de judeus – proclamou-se em 14 de maio de 1948 o novo Estado de Israel. Duas vezes ao longo de sua história Israel foi dissolvido e duas vezes perdeu sua independência nacional. Jerusalém, sua capital, foi arrasada, e o centro da sua vida religiosa, o Templo, foi profanado e destruído. As cidades e os povoados de Israel foram devastados, o povo deportado e disperso por terras estrangeiras. Mesmo assim, tudo foi duas vezes reconstruído, habitado e desbravado.


Se o próprio Deus vivo não fosse o seu Deus e se Ele não cumprisse suas promessas, também Israel não existiria mais: teria desaparecido há muito tempo, do mesmo modo como outros povos antigos. Afinal, onde estão hoje os hititas, jebusitas, fenícios, moabitas, babilônios, medos e como quer que se chamem?


Nenhuma outra nação ou etnia jamais foi dispersa em todas as direções para depois, apesar disso, sobreviver como grupo facilmente reconhecível e identificável. Do extremo Oriente ao Oeste bravio, das alturas do Norte às profundezas do Sul, não há quase nenhuma nação que não tenha abrigado judeus. O espantoso é, porém, que o povo judeu sobreviveu como povo em vez de submergir nas grandes maiorias dos outros povos com que foi misturado. Devemos ter em mente que não se trata do período de uma geração ou mesmo de um século, mas de praticamente 2.000 anos. Durante todo esse longo período, o povo judeu continuou sendo o povo judeu. Até mesmo o idioma hebraico não se perdeu, mas foi reavivado. Quantas vezes esse povo foi cruelmente perseguido e violentamente dizimado! Tentou-se extingui-lo e ele foi empurrado de um país para outro. O grande adversário de Deus queria e quer aniquilar essa “prova divina”, o povo judeu.


Pogroms e perseguições contra judeus não ocorreram somente na Alemanha, mas também na Romênia, na Rússia, na Espanha, na França, na Polônia – praticamente no mundo todo. Até agora, as nações árabes desencadearam seis guerras contra Israel, e até hoje sua população é pressionada por meio de terrorismo e provocações. Por um lado, esse povo talvez seja admirado e respeitado, mas por outro é ainda muito mais odiado e desprezado. Mesmo assim, ou talvez até por causa disso, sua longa e penosa trajetória cheia de tanta dor, lágrimas e sangue não dobrou o povo. Sua identidade e nacionalidade se manteve com todas as suas particularidades, e sempre se destaca com nitidez. Assim torna-se inevitável perguntar o que fez com que os judeus se mantivessem ao longo dos milênios. Como é possível que esse povo exista até hoje com sua identidade étnica?


Há de existir alguém sobrenatural por trás disso, que zela por esse povo e não permite que desapareça do cenário e do mapa mundial. Se o próprio Deus vivo não fosse o seu Deus e se Ele não cumprisse suas promessas, também Israel não existiria mais: teria desaparecido há muito tempo, do mesmo modo como outros povos antigos. Afinal, onde estão hoje os hititas, jebusitas, fenícios, moabitas, babilônios, medos e como quer que se chamem? Desapareceram, e no entanto eram povos grandes e poderosos, em parte altamente cultos.


A história de Israel começou com um único homem – Abrão – a quem Deus Se revelou há cerca de 4.000 anos, e ela se estende até o dia de hoje. Quem já esteve em Israel teve a oportunidade de experimentar e ver com os próprios olhos este fato. Nós que vivemos hoje somos testemunhas contemporâneas deste povo e da história de Deus com o Seu povo. Podemos enxergar a presença de Deus e como Ele mantém o controle nas mãos. Cada vez mais, a história de Deus com os homens se desenrola no ponto central da Terra, na região mais importante do mundo, em Israel (ver Ez 5.5). Aquele é o ponto de encontro de três continentes (Europa, Ásia e África) e, principalmente, das três religiões monoteístas (judeus, cristãos e o islã). Não é sem motivo que essa terra é o ponto focal da história do mundo e da religião. O fio condutor da história desse povo jamais se rompeu – ainda que vez por outra assim parecesse. —

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