O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), apresentou nesta terça-feira (10) dois passaportes, com pelo menos 37 carimbos no total, para justificar supostas viagens à África. Cunha mostrou os passaportes durante almoço com líderes da oposição e do governo.
Segundo o presidente da Câmara, foi iniciativa sua apresentar os passaportes e não fruto de uma cobrança de seus colegas deputados. Na semana passada, o político atribuiu ao comércio de carne enlatada para a África e de operações no mercado financeiro a origem do dinheiro contido em contas das quais é beneficiário na Suíça.
Cunha disse não ter decidido se os passaportes serão parte de sua defesa prévia no Conselho de Ética, que seria encaminhada na próxima segunda-feira (16), antes, portanto, da apresentação do relatório preliminar do deputado Fausto Pinato (PRB-SP), relator da matéria no colegiado, que decidirá para continuidade ou não do andamento do processo. “Não sei. Isso foi apenas para mostrar a eles que não existe história”, afirmou em entrevista. O presidente da Câmara disse que caberá a seus advogados a decisão de usar ou não os passaportes em sua defesa.
“Já falei o que tinha de falar [aos líderes sobre os passaportes], já adotei a estratégia agora. Não quero antecipar qualquer fato formal de defesa porque fica com os advogados. Então pode ser que eles usem isso, pode ser que não usem. Não quero antecipar, apenas mostrei. Apenas dei uma simples prova de que o conteúdo que estávamos divulgando era verossímil”, declarou.
Cunha evitou responder detalhadamente sobre a negativa do filho do ex-deputado Fernando Diniz, Felipe Diniz, sobre depósito no valor de 1,3 milhão de francos suíços em uma conta na qual o presidente da Câmara é beneficiário. “Esse assunto eu volto a dizer, volta para o campo do advogado. Não vou ficar, cada dia que acontecer um movimento esse virá comentado. Não vou comentar. Isso aí que se apure, que se esclareça contradições”, esquivou-se.
O presidente da Câmara diz estar “completamente confiante” em relação ao andamento do processo que apura a quebra de decoro dele no Conselho de Ética. Ele negou qualquer combinação com o deputado Paulinho da Força (SDD-SP) sobre a troca que o Solidariedade fez para colocar o deputado paulista dentro dos quadros do Conselho de Ética. Paulinho já declarou que pretende fazer a defesa de Cunha. “Não tenho nada combinado com ninguém”
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