Segundo o Ministério da Saúde, em apenas três meses o vírus já provocou 71 mortes – quase o dobro do que foi registrado em 2015
De acordo com o último boletim do Ministério da Saúde, os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) também subiram de forma expressiva: até agora, foram 444 notificações - o triplo do ano passado(Thinkstock/VEJA)
Metade dos casos de gripe registrados no país até agora foram causados pelo vírus H1N1. De acordo com o boletim divulgado esta semana pelo Ministério da Saúde, o subtipo influenza A já provocou, apenas nos primeiros três meses deste ano, 71 mortes - quase o dobro do que foi registrado no ano de 2015 (36). Os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) também subiram de forma expressiva: até agora, foram 444 notificações - o triplo do ano passado.
"Estamos todos muito preocupados. O aumento de infecções aconteceu de forma antecipada. Mesmo que pessoas já tenham sido imunizadas no ano passado, boa parte do efeito protetor da vacina já passou", afirmou o diretor de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch. Ele observa que o H1N1 é mais agressivo do que os demais subtipos que circulam no país, como o H3N2 e influenza B. Além disso, a alta é registrada em um período em que a população ainda está suscetível.
Além do aumento de pacientes acometidos, a doença se espalha pelo Brasil - quinze Estados registram infecções provocadas pelo vírus, dois a mais do que há duas semanas. A maior parte das notificações está em São Paulo, com 372 casos (84%). Em segundo lugar está Santa Catarina, com 22 infecções, seguido por Bahia (9) e Paraná (7). Pernambuco, Goiás e Distrito Federal apresentam, cada um, cinco pacientes. Minas, Ceará, Pará e Rio têm 3 em cada. No Rio Grande do Norte e no Mato Grosso, são dois casos. Mato Grosso do Sul relata um, assim como o Espírito Santo.
"Nosso maior temor é que a epidemia, tendo início precoce, atinja um número maior de pessoas, a exemplo do que aconteceu em 2013", disse Maierovitch. Naquele ano, foram 3.733 registros de H1N1. "Os casos foram registrados a partir de abril. Agora, começaram ainda em março", afirmou.
Não há ainda uma explicação para o surto fora de época. Uma das hipóteses é a condição climática. "Alguns estudos mostram associação com o El Niño. Anos com o fenômeno propiciariam a antecipação dos casos de gripe", disse o diretor.
Campanha de Vacinação - Diante da epidemia provocada pelo vírus em São Paulo e do atípico aumento de casos provocados pela doença em outros Estados, o ministério decidiu antecipar a distribuição da vacina. Maierovitch, porém, advertiu que a proteção não é imediata. São necessárias pelo menos duas semanas para que a vacina comece a aumentar a imunidade ao vírus. "Por isso, de nada adianta correr para se vacinar, por exemplo, quando alguém do seu círculo apresenta sintomas de gripe. Nesses momentos, o principal é a adoção de medidas de prevenção, como lavar as mãos e procurar evitar o contato com pessoas doentes", afirmou.
Segundo o diretor, caso a cobertura de grupos vulneráveis seja atingida antes do Dia D, uma mudança poderá ser feita no Estado, como o cancelamento do evento. A decisão deverá ser definida dentro de duas semanas. Em São Paulo, a vacinação para profissionais de saúde começou segunda-feira (04). Para grupos vulneráveis - idosos, pessoas com doenças pré-existentes como problemas respiratórios ou cardíacos - terá início no dia 11.
(Com Estadão Conteúdo)
"Estamos todos muito preocupados. O aumento de infecções aconteceu de forma antecipada. Mesmo que pessoas já tenham sido imunizadas no ano passado, boa parte do efeito protetor da vacina já passou", afirmou o diretor de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch. Ele observa que o H1N1 é mais agressivo do que os demais subtipos que circulam no país, como o H3N2 e influenza B. Além disso, a alta é registrada em um período em que a população ainda está suscetível.
Além do aumento de pacientes acometidos, a doença se espalha pelo Brasil - quinze Estados registram infecções provocadas pelo vírus, dois a mais do que há duas semanas. A maior parte das notificações está em São Paulo, com 372 casos (84%). Em segundo lugar está Santa Catarina, com 22 infecções, seguido por Bahia (9) e Paraná (7). Pernambuco, Goiás e Distrito Federal apresentam, cada um, cinco pacientes. Minas, Ceará, Pará e Rio têm 3 em cada. No Rio Grande do Norte e no Mato Grosso, são dois casos. Mato Grosso do Sul relata um, assim como o Espírito Santo.
"Nosso maior temor é que a epidemia, tendo início precoce, atinja um número maior de pessoas, a exemplo do que aconteceu em 2013", disse Maierovitch. Naquele ano, foram 3.733 registros de H1N1. "Os casos foram registrados a partir de abril. Agora, começaram ainda em março", afirmou.
Não há ainda uma explicação para o surto fora de época. Uma das hipóteses é a condição climática. "Alguns estudos mostram associação com o El Niño. Anos com o fenômeno propiciariam a antecipação dos casos de gripe", disse o diretor.
Campanha de Vacinação - Diante da epidemia provocada pelo vírus em São Paulo e do atípico aumento de casos provocados pela doença em outros Estados, o ministério decidiu antecipar a distribuição da vacina. Maierovitch, porém, advertiu que a proteção não é imediata. São necessárias pelo menos duas semanas para que a vacina comece a aumentar a imunidade ao vírus. "Por isso, de nada adianta correr para se vacinar, por exemplo, quando alguém do seu círculo apresenta sintomas de gripe. Nesses momentos, o principal é a adoção de medidas de prevenção, como lavar as mãos e procurar evitar o contato com pessoas doentes", afirmou.
Segundo o diretor, caso a cobertura de grupos vulneráveis seja atingida antes do Dia D, uma mudança poderá ser feita no Estado, como o cancelamento do evento. A decisão deverá ser definida dentro de duas semanas. Em São Paulo, a vacinação para profissionais de saúde começou segunda-feira (04). Para grupos vulneráveis - idosos, pessoas com doenças pré-existentes como problemas respiratórios ou cardíacos - terá início no dia 11.
(Com Estadão Conteúdo)
0 comentários:
Postar um comentário