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segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Mantega: o 'otimista' que despertou a ira do mercado

Guido Mantega | Crédito: AP

Mantega é o ministro da Fazenda mais longevo desde a redemocratização
A presidente Dilma Rousseff confirmou nesta segunda-feira que, após mais de oito anos no cargo, o ministro da Fazendo, Guido Mantega, deixará a pasta em um eventual segundo governo "por questões pessoais".
"Eu vi depois que falei 'equipe nova e governo novo' as pessoas fizeram várias ilações sobre o Guido Mantega. Ele comunicou que não tem como ficar no governo no segundo mandato por questões pessoais e eu peço para vocês respeitarem", afirmou Dilma, em sabatina realizada pelo jornal O Estado de São Paulo no Palácio da Alvorada, em Brasília.

"Eleição nova, governo novo, equipe nova", afirmou ela na última quinta-feira durante evento de campanha em Fortaleza.Na semana retrasada, Dilma indicou que manteria Mantega à frente da pasta ao ser questionada sobre a permanência do ministro.

As declarações haviam sido feitas uma semana depois da notícia de que o Brasil entrou no que se convenciona por "recessão técnica" (dois trimestres seguidos de crescimento negativo) e em meio a pesquisas eleitorais que indicam empate técnico entre Dilma e a candidata Marina Silva, do PSB, no primeiro turno.
Mas não é de hoje que Dilma vem sendo pressionada a demitir Mantega. Há alguns anos, o ministro caiu em desgraça aos olhos dos mercados, investidores e alguns empresários.
Em dezembro de 2012, por exemplo, a revista britânica The Economist chegou a pedir a cabeça dele: "Quebra de confiança: Se quer mesmo um segundo mandato, Dilma Rousseff tem de mudar a equipe econômica", defendeu.
Na ocasião, a presidente veio a público para defender o ministro. "Em hipótese alguma o governo brasileiro, eleito pelo voto direto e secreto dos brasileiros, vai ser influenciado por uma opinião de uma revista que não seja brasileira", afirmou.
Hoje, ao lembrar o episódio, Michael Reid, editor para as Américas da Economist, e autor de "Brasil: A Ascensão Turbulenta de uma Potência Global" (Editora Elsiever Campos), diz que os dados indicando "baixo crescimento, inflação refratária e investimentos em queda" falam "por si só".
Identificado com a corrente dos economistas desenvolvimentistas, Mantega é o ministro da Fazenda que ficou mais tempo no cargo.
Ele foi nomeado ministro do Planejamento no primeiro governo Lula, em 2003, quando ajudou a impulsionar o projeto das Parcerias Público Privadas (PPPs).
Em 2004, passou para a presidência do BNDES. A entrada na Fazenda ocorreu em março de 2006, após a saída de Antônio Palocci - em meio ao escândalo envolvendo a quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa.
Em 2008, o ministro foi um dos arquitetos da política anticíclica que ajudou a reduzir os efeitos da crise internacional sobre o Brasil. Dentro dessa estratégia, o governo expandiu seus gastos e investimentos e ampliou o crédito dos bancos públicos, estimulando o consumo.
Para o economista André Biancarelli, da Unicamp, "esse pode ser considerado um dos grandes acertos de Mantega".
"Hoje existe certo consenso de que essa estratégia ajudou a impedir que o país fosse arrastado pela crise", diz.
Já no governo Dilma, o ministro assumiu a defesa dos esforços para se reduzir a taxa de juros – política abandonada quando a inflação começou a chegar muito próxima do teto da meta definida pelo Banco Central.
Dois fatores teriam, segundo analistas, deteriorado a relação de Mantega com investidores e empresários. O primeiro seria seu "excesso de otimismo". O ministro ficou conhecido por fazer previsões que nunca se confirmaram.
É claro que não foi o único a errar em suas estimativas para o crescimento brasileiro, por exemplo, mas sempre evitou fazer correções mesmo quando tudo indicava um cenário mais pessimista.
"Suas previsões demasiado otimistas fizeram com que empresas e investidores que acreditaram nele perdessem dinheiro – o que acabou minando a credibilidade do governo", opina Reid.
O segundo fator estaria relacionado aos supostos erros da política econômica, que estariam por trás da desaceleração.
Para os críticos, o governo teria carregado na mão no estímulo ao consumo, mas feito pouco para fazer deslanchar os investimentos. O desaquecimento e o rebote da inflação, por essa lógica, seriam consequência do esgotamento desse modelo.
Também há críticas sobre os supostos "artifícios" que o governo estaria usando para controlar a inflação - como a represa dos preços administrados - e para manter as metas fiscais (a chamada "contabilidade criativa").
"As medidas anticíclicas foram corretas e eficientes em 2008 e 2009, mas deveriam ter sido interrompidas quando o crescimento foi retomado", opina Reid.
Nesta sexta-feira, após as declarações da presidente Dilma, Mantega preferiu não dar declarações à imprensa. Já a candidata que aparece no topo das pesquisas junto à candidata do PT, Marina Silva (PSB), declarou que "talvez seja tarde para o movimento que ela (Dilma) está fazendo. A sociedade brasileira vai mudá-la e, mudando-a, a equipe econômica será outra".

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