O evangelista e a igreja local
O trabalho desenvolvido pelo evangelista não
pode ser dissociado do trabalho da igreja local. O seu trabalho estará voltado para a
implantação de uma igreja em local onde ainda não exista, ou do crescimento
daquelas que já existem, o seu trabalho é sem sentido. De um lado estará envolvido diretamente na
realização do trabalho de evangelização, ou de outro, estará trabalhando na
capacitação de outros para que o trabalho tenha continuidade.
As duas coisas podem acontecer simultaneamente,
também. Não há incompatibilidade entre a
teoria de uma e a prática da outra.
Para que isto aconteça, alguns requisitos são
necessários:
1.
Precisamos buscar uma fundamentação bíblica que sirva de base para o
trabalho a ser feito. Quando se possui
uma compreensão mais ampla do trabalho a ser feito, torna-se mais fácil
estabelecer prioridades quanto aquilo que devemos fazer e o que pode ser
deixado para depois. A fundamentação
bíblica, ou teológica, serve de sustentação para a obra de evangelização.
Se não percebermos integridade do trabalho
evangelístico que realizamos, em que evangelizar e discipular são duas faces da
mesma moeda, não podendo ser dissociadas,
mas estabelecermos a separação que, geralmente, é feita entre
evangelismo e discipulado, é possível que continuemos a ver o grande número de
pessoas que fazem uma decisão de aceitar a Jesus Cristo como Salvador, mas sem
que isto se traduza no crescimento da igreja local.
2. É
igualmente necessário desenvolver habilidades ou competências. O ministério da evangelização não é teórico,
mas essencialmente prático. Não se
aprende a evangelizar apenas frequentando salas de aula, mas no contato com
pessoas que precisam ouvir a mensagem de salvação. Evangelizar se aprende fazendo.
Jesus ensinou isso a seus discípulos
levando-os consigo por onde ia. Mostrava
a eles o que devia ser feito e como fazia.
Depois começou a envia-los dois a dois (Marcos 6:7-13 e Lucas 10:1-20),
recebendo-os de volta para discutir o que havia sido feito. Nos textos bíblicos estão registradas as
orientações do Mestre para seus aprendizes.
Disse o que deveriam e o que não deveriam fazer. Havia instruções claras. E sobretudo, ensinou-os de que a principal
benção da evangelização não era o poder de Deus que se manifestava ao
realizarem sua tarefa, mas a motivação que deveria impulsionar a cada um deles:
saber que seus nomes estavam escritos nos céus (Lucas 10:20).
A realização deste trabalho requer tempo para
ser dedicado àqueles que estão sendo treinados.
Jesus gastou tempo com seus discípulos levando-os aonde ia, discutindo
sobre as coisas que fazia, orientando sobre como deveriam dar prosseguimento ao
seu ministério. É importante perceber
que Jesus não mandou seus discípulos fazerem o trabalho que era seu, mas
mostrou o que deveria ser feito para que o Reino de Deus que havia inaugurado
pudesse se expandir.
3. A
prática destas habilidades é o próximo passo da aprendizagem. Sair para fazer o trabalho de evangelização
de porta em porta, para visitar aquelas pessoas que tomaram sua decisão por
Cristo recentemente, para realizar estudos bíblicos com novos convertidos, para
pregar ou dirigir reuniões de oração, deve ser parte integrante do trabalho de
treinamento, seguido de uma avaliação daquilo que foi feito.
Depois desta etapa que deve ser feita com
acompanhamento, é hora de sair para realizar o trabalho sozinho, sem ter ainda
a necessidade de orientação, mas identificando outros que poderão estar sendo
treinados da mesma forma. Esta é uma
etapa necessária para o crescimento da igreja.
Sem liderança preparada, o crescimento não será tão efetivo quanto é
necessário.
É preciso perceber que a efetividade do
trabalho de evangelização só pode ser alcançada quando perpetuamos sua
realização através da identificação, capacitação e atribuição de
responsabilidades quanto ao crescimento do Reino de Deus, que se expressa
através da igreja. Em outras palavras, evangelizar
é trabalhar pelo crescimento da igreja, contribuindo na formação de
cristãos maduros e reprodutivos.
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