LIÇÃO
Nº 13 – MALAQUIAS, A SACRALIDADE DA FAMÍLIA
INTRODUÇÃO - Na sequência do estudo dos profetas menores,
estudaremos o livro de Malaquias, o décimo segundo e último livro no cânon do
Antigo Testamento, o terceiro profeta pós-exílico.
- No livro de Malaquias, o valor sagrado da família é realçado.
O LIVRO DE MALAQUIAS
- Depois dos ministérios proféticos de Ageu e de Zacarias, o
Senhor levantou Esdras e Neemias.
- Após o período destes homens, entretanto, o povo reiniciou uma
perigosa onda de indiferentismo e de formalismo religioso. Diante deste novo
estado de indiferentismo, Deus, então, levanta mais um profeta, o último antes
do chamado "período de silêncio", a saber, Malaquias.
- Malaquias profetiza numa época em que o templo já está
edificado e quando já existe um regular sistema cerimonial (cfr. Ml.1:6-8), mas
havia uma série de abusos e um menosprezo pelo culto a Deus, a refletir um
indiferentismo e um formalismo que, mais uma vez, ameaçavam a comunhão de Deus
com o Seu povo.
- Malaquias, em hebraico "Mala'kh-Yah" (מלאכי), que significa "anjo ou mensageiro de Jeová", ou
ainda, "seu mensageiro". Malaquias foi o último mensageiro antes do
silêncio de quatrocentos anos, o último escritor do Antigo Testamento.
- O livro do profeta Malaquias, que tem 4 capítulos, pode ser
dividido em sete partes, a saber (I):
a) 1ª parte - primeiro oráculo - Ml.1:1-5
b) 2ª parte - segundo oráculo - Ml.1:6-2:9
c) 3ª parte - terceiro oráculo - Ml.2:10-16
d) 4ª parte - quarto oráculo - Ml.2:17-3:5
- O livro do profeta Malaquias, que tem 4 capítulos, pode ser
dividido em sete partes, a saber (II):
e) 5ª parte - quinto oráculo - Ml.3:6-12
f) 6ª parte - sexto oráculo - Ml.3:13-4:3
g) 7ª parte - conclusão - Ml.4:4-6
- Na Bíblia Hebraica, o livro de Malaquias tem apenas 3 capítulos,
pois o quarto capítulo de nossa Bíblia corresponde aos versículos 19 a 24 do
terceiro capítulo da Bíblia Hebraica.
OS DOIS PRIMEIROS ORÁCULOS DE MALAQUIAS – A INGRATIDÃO DO POVO E
O FORMALISMO DOS SACERDOTES
- Malaquias apresenta seis mensagens ao povo, denunciando,
assim, a sua indiferença religiosa.
- Malaquias inicia seu livro trazendo à lembrança do povo judeu
o amor de Deus para com eles (Ml.1:2). Esta recordação do profeta tinha o
objetivo de mostrar aos judeus que deveriam ser eles extremamente gratos ao
Senhor e não indiferentes, como estavam sendo.
- O Senhor diz ao povo que não aceitava tais ofertas e que, por
causa do desprezo que sofria dos judeus, mostraria a Israel que Seu nome era
grande e que receberia ofertas puras da parte de todas as nações.
- O Senhor, então, conclama os sacerdotes a que reavaliassem o
seu comportamento, que desse a Ele a devida honra, sob pena de serem
amaldiçoados.
O TERCEIRO ORÁCULO DO PROFETA MALAQUIAS – OS CASAMENTOS MISTOS E
O DIVÓRCIO
- A terceira mensagem de Malaquias diz respeito ao tema central
abordado pelo comentarista, atinente ao mau procedimento vivido pelo povo judeu
no tocante à vida familiar.
- O profeta Malaquias denuncia a profanação do concerto entre
Deus e o povo de Israel, chamando de deslealdade o fato de que os judeus
estavam a se casar com estrangeiros, “profanando a santidade do Senhor”
(Ml.2:10,11).
- O casamento é mostrado como um sinal da aliança firmada entre
Deus e Israel, como um símbolo da aliança, do pacto que fazia com que o povo de
Israel fosse reino sacerdotal e povo santo do Senhor (Ex.19:5,6).
- A família foi criada pelo Senhor para ser o ambiente propício
para que se tenha o relacionamento entre Deus e o homem, para que o home cumpra
o propósito estabelecido para ele pelo seu Criador, pelo próprio Senhor.
- A família é uma instituição divina, é a obra-prima da criação
sobre a face da Terra, visto que é o ambiente especialmente criado para que o
homem possa cumprir o desiderato do Senhor.
- Não há como haver frutificação, multiplicação, enchimento da
Terra e domínio sobre a criação terrena (Gn.1:28) sem que haja a família como
base, ambiente para proporcionar os meios e condições para que sejam cumpridas
as tarefas dadas por Deus ao ser humano.
- A vida familiar é sagrada, visto que decorre diretamente de
uma ação divina. Por isso, não se pode conceber um relacionamento seguro, firme
e pleno para com Deus se não se partir da família, pois a própria Igreja é
chamada de “família de Deus” (Ef.2:19).
- Dentro desta concepção sagrada da família, vemos que o ato
fundador da família só pode ser o casamento, este máximo compromisso que se
firma entre um homem e uma mulher em que ambos assumem uma comunhão de vida,
comunhão esta que é marcada pela fidelidade, exclusividade e perpetuidade.
- O casamento é um compromisso firme, que somente pode ser
dissolvido pela morte de um dos cônjuges (Rm.7:1-3; I Co.7:39) ou, então,
quando surge um impasse entre o relacionamento conjugal e o relacionamento com
Deus, o que se dá nos casos de impureza sexual, da chamada “porneia” (Mt.19:9).
- O único caso autorizado de divórcio é uma decorrência lógica
da própria razão de ser do casamento e da família: o de criar um ambiente em
que se possa ter um eficaz e profícuo relacionamento com Deus. O divórcio só é
permitido precisamente para que o cônjuge possa continuar a servir a Deus e não
entrar em “porneia”.
- Fora destas hipóteses, o divórcio será tão somente o que o
profeta Malaquias bem chama de “deslealdade”, de “profanação do concerto de
nossos pais” (Ml.3:10,14), será tão somente uma expressão de infidelidade, de
desonra aos compromissos assumidos, de descumprimento de promessas assumidas
quando do pacto conjugal.
- O profeta Malaquias diz o Senhor Deus odeia o divórcio
(Ml.2:16).
- Não podemos servir a Deus, não podemos ser-Lhe agradáveis se
não estivermos cumprindo com nossos deveres familiares.
- Mas, além da deslealdade decorrente do divórcio
indiscriminado, o profeta Malaquias, também apontava como grave falha existente
na vida familiar os casamentos mistos que o povo judeu havia retomado, apesar
das medidas que haviam sido tomadas por Esdras e Neemias.
- Os casamentos mistos ocasionavam a mistura da semente santa
com os povos das terras, o que levou os judeus a se misturarem com as
abominações dos gentios (Ed.9:1,2).
- Os casamentos mistos representam a entrada do que não é
agradável a Deus, do que Deus abomina no lar, na família, impedindo, assim, que
a família seja o ambiente propício para a realização do propósito divino para o
homem.
OS TRÊS ÚLTIMOS ORÁCULOS DE MALAQUIAS – O ANÚNCIO DA VINDA DO
SENHOR, O DESPREZO PARA COM OS DÍZIMOS E O DESCUIDO NA OBRA DE DEUS
- Após ter apontado a frivolidade da vida familiar dos judeus, o
profeta Malaquias indica que os israelitas estavam, também, descrentes do juízo
divino. Perguntavam eles: “onde está o Deus do juízo?” (Ml.2:17 “in fine”).
- O profeta diz que, quando o Senhor viesse, viria para
purificar e afinar os filhos de Levi assim como se afina e se purifica a prata,
dizendo que não seria fácil suportar o dia da vinda do Senhor, pois viria Ele
como o fogo do ourives e como o sabão dos lavandeiros (Ml.3:1,2).
- A quinta mensagem de Malaquias diz respeito ao desprezo
que os judeus estavam dando aos dízimos.
- O profeta lembra aos judeus que tudo pertencia ao Senhor e que
o fato de eles não entregarem nos dízimos fazia deles ladrões, visto que se
apropriavam daquilo que não lhes pertencia, mas, sim, a Deus.
- A sexta mensagem do profeta diz respeito ao descuido no
serviço do Senhor. Os judeus dos dias de Malaquias achavam que não havia
qualquer benefício em servir ao Senhor, visto que os soberbos e os ímpios
tinham prosperidade material sem que, para tanto, tivesse de trabalhar para
Deus (Ml.3:14,15).
- Para quem pensava desta maneira, o profeta traz uma mensagem
da parte de Deus em que o Senhor lembra que havia um memorial diante d’Ele e
que, no final, veremos a diferença entre quem serve a Deus e quem não O serve.
- Os tementes a Deus são Seu “particular tesouro”, ou
seja, estão escondidos em Deus, não sofrerão a Sua ira (Ml.3:16-18).
- Os judeus dos dias de Malaquias tinham perdido a visão do
espiritual, do que estava além do material. O profeta, porém, lembrava-lhes que
há algo além desta dimensão e que ali se verá a diferença que existe entre o
justo e o ímpio, entre quem serve a Deus e quem não O serve.
- O profeta, então, lembra a respeito do “dia do Senhor
(Ml.4:1).
- Este mesmo dia, porém, para os que temem ao Senhor, será o dia
do nascimento do sol da justiça (Ml.4:2,3).
- Antes do grande e terrível dia do Senhor, o Senhor promete
mandar o profeta Elias, que converteria o coração dos pais aos filhos e o
coração dos filhos a seus pais, para que o Senhor venha e não fira a terra com
maldição (Ml.4:5,6).
- Aos impenitentes, aqueles que não se recordaram do compromisso
assumido com Deus no monte Sinai (Ml.4:4), sofrerão a maldição divina.
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