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sexta-feira, 20 de março de 2015

Os negócios que unem Brasil e Venezuela

Caracas (Reuters)
Brasil tem amplos negócios na Venezuela, de exportação de bens a participação em obras de infraestrutura
O Brasil nunca escondeu que via na Venezuela de Hugo Chávez um mercado atraente para suas empresas.
"A presença da Venezuela no Mercosul (...) abre oportunidades para vários empreendimentos", disse a presidente Dilma Rousseff ao dar as boas-vindas ao país vizinho e rico em petróleo ao bloco regional, em julho de 2012.
E vários números sugerem que a aposta brasileira rendeu frutos.
Só no ano passado, o Brasil teve superávit comercial de US$ 3,45 bilhões no comércio com a Venezuela.
Esse saldo positivo foi na contramão da balança comercial total, que em 2014 registrou seu primeiro déficit anual neste século.
Especialistas como Oliver Stuenkel, professor de Relações Internacionias da FGV-SP, calculam que as empresas brasileiras têm contratos de cerca de US$ 20 bilhões com a Venezuela.
"O Brasil obteve muitos benefícios econômicos (na Venezuela) nos últimos 15 anos, e o chavismo era um sócio comercial confiável. Chávez e (seu sucessor Nicolás) Maduro deram preferência aos investimentos brasileiros", disse Stuenkel à BBC Mundo.
Mas essa relação enfrenta desafios inéditos, agora que a Venezuela passa por crescentes problemas econômicos e tensões políticas - despertando pedidos para que o Brasil tenha uma atitude mais firme com o governo "amigo".

'Questão interna'

Até agora, o governo Dilma vinha evitando criticar Maduro direta e publicamente, em contraste com a ação dos Estados Unidos, outro importante sócio comercial da Venezuela.
Na semana passada, Washington aplicou sanções contra sete autoridades venezuelanas e considerou o país uma "ameaça à segurança nacional" americana.
O Brasil vem medindo as palavras desde a prisão, no mês passado, do prefeito de Caracas, o opositor Antonio Ledezma, acusado pelo governo de um suposto plano de golpe.
O Itamaraty primeiro afirmou que acompanhava "com grande preocupação a evolução da situação na Venezuela". Mas a própria presidente Dilma Rousseff classificou a prisão de Ledezma como uma "questão interna" venezuelana.
Alguns dias depois, em 24 de fevereiro, o mesmo Itamaraty emitiu outro comunicado sobre a Venezuela, afirmando que "são motivo de crescente atenção as medidas tomadas nos últimos dias, que afetam diretamente partidos políticos e representantes democraticamente eleitos".
Assim como fez no ano passado, após as manifestações antigoverno que foram reprimidas na Venezuela, o Brasil pediu a retomada do "diálogo", por intermédio da União das Nações Sul-Americanas (Unasul).
Grupos defensores dos direitos humanos, como a Human Rights Watch e a Anistia Internacional, criticaram a posição brasileira - a HRW a chamou de "tímida" - diante da "prisão arbitrária" de opositores e de outros abusos que atribuem ao governo venezuelano.
E a oposição brasileira acusou o governo Dilma de ser "cúmplice" de Maduro e de agir em função de vínculos ideológicos.
Mas Stuenkel chamou essa visão de "simplista".
Para alguns, críticas de Dilma à Venezuela foram 'tímidas'; para outros, relação é movida por pragmatismo por interesses econômicos
"A questão econômica (na Venezuela) é mais importante do que qualquer fator político", afirmou. "O comportamento brasileiro até hoje foi principalmente pautado por interesses econômicos."
Mas quais são esses interesses exatamente?

Pontes, usinas e dívidas

As empresas brasileiras participam de diversas atividades econômicas na Venezuela, desde o setor de alimentos e bens de consumo (em um mercado com sérios problemas de escassez) até em grandes obras de infraestrutura.
A empreiteira Odebrecht, por exemplo, tem vários projetos no país vizinho, incluindo a ampliação do metrô de Caracas, uma ponte de 11,4 km sobre o lago de Maracaibo (oeste do país) e o desenvolvimento da hidrelétrica de Tocoma (leste).
E a lista de produtos brasileiros exportados à Venezuela é extensa, com destaque para carne bovina, leite, medicamentos e maquinários.
No entanto, as dificuldades dos importadores venezuelanos para obter dólares têm provocado atrasos no pagamento para os exportadores brasileiros, ao mesmo tempo em que as empresas brasileiras instaladas no país vizinho também tiveram problemas para trazer seus dividendos.
A Câmara de Comércio Venezuela-Brasil calculava, no começo do ano, que esses atrasos somavam US$ 5 bilhões. Mas um funcionário venezuelano que falou sob condição de anonimato por se tratar de um tema sensível disse à BBC Mundo que a cifra poderia ser o dobro.
Welber Barral, ex-secretário brasileiro de Comércio Exterior e sócio da consultoria Barral M Jorge, sinalizou que os atrasos variam segundo o ramo do exportador. Segundo ele, seus clientes no setor alimentício "estão sendo pagos".
No entanto, ele indicou que os atrasos em geral e os problemas de liquidez (causados, na Venezuela, pela queda no preço internacional do petróleo) provocaram um recuo no comércio bilateral.
A situação parece preocupar o governo Dilma, que estudou debater com a Venezuela que as exportações brasileiras tenham como garantia o petróleo da estatal PDVSA ou seus derivados, para "desmonetizar" as trocas comerciais, informou o jornal Valor Econômico no fim de janeiro.
Mas Barral disse à BBC Mundo que isso seria insuficiente, já que o Brasil produz o mesmo tipo de petróleo que o seu vizinho. "O Brasil não tem o que importar" da Venezuela, disse ele.
Com o cenário econômico mais complexo também no Brasil - ante a valorização do dólar, diminuição da atividade econômica e inflação preocupante -, muitos acreditam que a última coisa que o governo brasileiro quer é mais instabilidade na Venezuela.
"Não se pode dizer que o impacto de um colapso venezuelano afetaria apenas alguns setores da economia brasileira", disse Stuenkel. "Na situação atual, com tantas notícias negativas, seria outro fator que afetaria de maneira muito negativa o quadro (atual)."

Americana tem bebê roubado do útero ao cair em armadilha na internet

Credito: AP Photo/The Daily Times Call, Matthew Jonas
Agente na casa em que crime ocorreu, no Colorado
Uma americana é suspeita de ter esfaqueado a barriga de uma mulher grávida e roubado o bebê que estava dentro.
A vítima, que estava grávida de sete meses, sobreviveu, mas seu filho morreu.
A grávida havia ido à casa da suspeita para comprar roupas de recém-nascidos que haviam sido anunciadas on-line no site Craigslist.
A suspeita, Dynel Catrece Lane, também dizia estar grávida e levou o bebê até o marido dizendo que ele havia nascido antes do tempo.
Ela perdeu um filho de 1 ano e meio há cerca de dez anos, quando ele se afogou em um laguinho de peixes. Ela tem mais dois filhos e, segundo o jornal The Longmont Times-Call, a polícia afirma que ela pode ter doenças psiquiátricas.
O jornal afirma que, segundo uma ONG que lida com crianças desaparecidas, houve 17 roubos de fetos nos Estados Unidos desde 1983.
"Quando ela entrou na casa, foi atacada, espancada e seu bebê foi arrancado da barriga dela", disse o comandante da polícia de Longmont, no Colorado, Jeff Satur.
A vítima conseguiu ligar para a ambulância, mas estava praticamente inconsciente quando os policiais chegaram.
Credito: AP Photo/ Longmont Police Department
Dynel havia perdido filho bebê e estaria grávida
"Ela me cortou", diz a mulher, com uma voz atordoada na gravação do serviços de emergência. "Estou grávida."
Ainda não se sabe se a suspeita, de 34 anos, estava grávida e havia sofrido um aborto ou se nem sequer estava grávida.
Segundo o jornal, quando o marido da mulher viu o bebê roubado, ela disse que havia sofrido um aborto espontâneo. David Ridley, então, levou os dois para o hospital. Mas a criança não sobreviveu.

Segundo a publicação, Dynel admitiu que roubou o bebê da barriga da vítima.
Ela foi presa sob suspeita de homicídio de primeiro grau, agressão e abuso infantil resultando em morte.

Autópsia

Mas, para concluir as acusações, é preciso determinar se a criança chegou a viver fora do útero da mãe.
Se sim, a mulher pode ser acusada de homicídio.
Credito: AP Photo/The Daily Times Call, Matthew Jonas
Segundo policiais, suspeita afirmou que havia sofrido um aborto espontâneo
O marido disse à polícia que ouviu o bebê dando seu último suspiro, segundo o Times-Call - o que comprovaria que ele estava vivo.
Uma autópsia será feita nesta sexta-feira.
A mãe, segundo as autoridades, está alerta e consegue responder às perguntas da polícia.
Os agentes estão, agora, procurando outras mães que possam ter respondido ao anúncio de vendas on-line.

quinta-feira, 19 de março de 2015

A Batalha do Cristão


Hoje, mais do que nunca, os cristãos precisam se certificar de que sua posição é a de espectadores olhando para o campo político, e não a de competidores com os pagãos. Nosso alvo é servir ao Senhor ressurreto e exaltado, espalhando o Evangelho libertador, e preparando-nos para a volta dEle.
Nosso alvo é servir ao Senhor ressurreto e exaltado, espalhando o Evangelho libertador, e preparando-nos para a volta dEle.
Jamais os cristãos devem se degradar ao ponto de serem atraídos para as coisas que pertencem a este mundo. Nós não devemos crer que estamos no comando, e que através de nossa atitude poderemos produzir paz mundial, justiça e prosperidade.
Sabemos, com certeza absoluta, que Deus está no controle do mundo. Ele elege presidentes, primeiros-ministros, reis e outros funcionários de governo.
Nossa batalha, entretanto, é bem mais importante do que meramente controlar ou influenciar o sistema político. Já que nossa batalha claramente não é contra carne e sangue, o apóstolo Paulo afirma: “Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes” (Efésios 6.12).

quarta-feira, 18 de março de 2015

Que perigo traz a aliança entre Estado Islâmico e Boko Haram?

Foto: AFP
Boko Haram jurou lealdade a Abubaker Al-Bagdadi, o califa Ibranhim, líder do Estado Islâmico
Recentemente, o grupo autodenominado "Estado Islâmico" (EI) aceitou formar uma aliança com o Boko Haram, da Nigéria. Mas o ato foi apenas simbólico ou o pacto eleva as ameaças de jihadismo ao redor do mundo?
"Definitivamente, a ameaça agora é muito maior", afirma o jornalista da BBC Hausa (parte do serviço africano da BBC) Aliyu Tanko, que acompanha de perto a atuação do grupo africano.
Na opinião de Tanko, a aliança significa uma nova "porta de entrada" para o jihadismo.
Ou seja, aqueles que estão dispostos a lutar em prol dos extremistas islâmicos têm agora a opção de ir para o norte da Nigéria.
Já o porta-voz do EI, Abu Mohadmed Al-Adnani, em uma gravação divulgada na quinta-feira para informar que o grupo aceitava o juramento de lealdade do Boko Haram, classificou a aliança como "uma nova porta para emigrar à Terra do Islã e do combate".
E, com isso, ele anunciou que o califado, o sistema de governo organizado em torno de um califa por meio do qual o EI pretende apagar as fronteiras atuais e redesenhar os mapas, passará a se estender até a África Ocidental.

Intercâmbio difícil

Foto: AFP
Especialistas dizem que aliança pode soar como convocatória a jihadistas
Mas especialistas entrevistados pela BBC afirmam ser improvável que a aliança se materialize com intercâmbio de jihadistas ou troca de informações para a realização de ataques.
Milhares de quilômetros ─ e muitas fronteiras ─ dividem Mossul, bastião do EI no norte do Iraque, e Gwosa, quartel-general do líder do Boko Haram, Abubaker Shekau, na Nigéria.
"E além de distantes, são dois cenários completamente diferentes", diz Jesús Díez Alcalde, do Instituto Espanhol de Estudos Estratégicos, órgão ligado ao Ministério da Defesa da Espanha.
Embora ambos os grupos compartilhem de uma visão salafista e fundamentalista do Islã, "Iraque e Síria são árabes e na Nigéria predominam as etnias negras", diz Alcalde.
"Por isso acredito que seja difícil o intercâmbio em termos práticos", acrescenta.
No entanto, na semana passada, o presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, disse que militantes do Boko Haram estavam viajando a campos de treinamento do Estado Islâmico.
Em declarações à rádio pública Voice of America, dos Estados Unidos, Jonathan não especificou em quais países se encontram esses campos.
"Você pode criar todos os cenários possíveis e especular", disse à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC, Aminu Gamawa, advogado e analista especializado em jihadismo baseado em Washington. Gamawa avalia que, até agora, há pouca evidência do impacto dessa aliança.
Ele se refere a teorias como a que supõe que o território controlado pelo Boko Haram no norte da Nigéria, nos arredores do deserto do Saara, facilitaria um intercâmbio de armas e de militantes em toda a Líbia.
"Não está claro como será organizada a relação entre os dois grupos e se uma rede será realmente formada."

Aliança ou colaboração ocasional?

Foto: AFP
Na Nigéria, Abubaker Shekau lidera insurgência de milhares de combatentes
Gamawa acrescenta que, ao jurar lealdade ao líder do EI, Abubaker Al-Baghdadi, também conhecido como califa Ibrahim, o chefe do grupo extremista mais forte na África vai obedecer às suas ordens.
Abubaker Shekau, do Boko Haram, lidera uma insurgência de milhares de combatentes, cerca de 9 mil, segundo o especialista de segurança Tom Keatinge ─ com uma receita líquida anual estimada em US$ 1 milhão (R$ 3,2 milhões). O grupo começou a se rebelar em 2009 e ganhou notoriedade com o sequestro de mais de 200 meninas em Chibok. As meninas foram raptadas em abril do ano passado e ainda permanecem desaparecidas.
"Além disso, é preciso ter em mente que o Boko Haram se dividiu em diferentes facções", acrescenta Gamawa.
O instituto de pesquisa com sede em Bruxelas Internacional Crisis Group estima que são seis os subgrupos e que eles operam com grande autonomia em todo o norte e centro da Nigéria.
Nesse sentido, Alcalde, do Instituto Espanhol de Estudos Estratégicos, não acredita que o EI vai dizer ao Boko Haram como e onde atacar, muito mais pelas dificuldades pragmáticas do que por uma improvável submissão de Shekau a Al-Baghdadi.

Apoio a Propaganda

Foto: AFP
Boko Haram ganhou notoriedade mundial com sequestro de mais de 200 meninas, que permanecem desaparecidas
Ambos os especialistas e Jonathan Hill, analista do King’s College de Londres, também entrevistado pela BBC Mundo, destacam que o maior impacto da união entre os dois grupos será verificado pela ótica da propaganda.
Para Hill, na verdade, é essa a razão que levou o Boko Haram a jurar fidelidade ─ e o EI a aceitá-la.
"O Boko Haram busca atenção em um momento que está sob pressão do Exército nigeriano" e seus aliados, diz ela.
"Além disso, (o grupo) busca atrair os holofotes para a África Subsaariana, uma região muito menos midiática do que o Iraque ou a Síria, apesar de o saldo de mortos também ser muito alto."
"Ao unir-se ao EI, o Boko Haram ganha visibilidade, já que passa a poder se apresentar como algo muito maior", acrescenta.
"E o EI, por sua vez, consegue manter o momentum quando o combate contra o jihadismo começa a ganhar força no Iraque."
Foto: BBC
De acordo com especialistas entrevistados, aliança fortalece máquina de propaganda do jihadismo
Alcade concorda com Hill. Ele argumenta que ambos os grupos vivem um momento de relativo enfraquecimento e que esse foi um dos motivos para a união.
Em 18 de janeiro deste ano, antes mesmo da oficialização do pacto, a união entre o EI e o Boko Haram já dava frutos. Nasceu no Twitter o primeiro perfil oficial do grupo extremista africano. Rapidamente, ganhou a adesão de várias contas do Estado Islâmico.
Como resultado, os vídeos do Boko Haram passaram a ser produzidos de forma mais sofisticada, uma indicação da colaboração do EI, segundo os especialistas.
"Eles querem mostrar que a expansão jihadista não tem limites", diz Alcalde.
Para o especialista espanhol, mesmo que a união "dos dois grupos jihadistas mais sanguinários da atualidade" seja simbólica, ela agrava a ameaça.

Que medidas precisam ser tomadas para impedir a corrupção?

Foto: Thinkstock
Governo deve apresentar nesta pacote anticorrupção
É esperado para esta quarta-feira o pacote de medidas anticorrupção que o governo da presidente Dilma Rousseff deve apresentar ao Congresso em resposta às recentes manifestações populares.
O pacote deve reunir projetos já em tramitação. Além disso, nos últimos dias, ministros de governo indicaram que ele incluirá algumas promessas de campanha de Dilma.
Durante a campanha, ela prometeu tornar crime o caixa-dois (atualmente apenas um "ilícito eleitoral"), permitir que bens adquiridos sem a comprovação de procedência lícita sejam confiscados, tornar crime o enriquecimento sem justificativa de agentes públicos e ser mais eficaz e ágil nas investigações de desvio de recursos e de agentes que tenham foro privilegiado.
Mas medidas como essas terão eficiência no combate à corrupção?
A BBC Brasil fez essa pergunta a especialistas no assunto, e a resposta deles é que, apesar de as promessas feitas darem passos importantes contra desvios de dinheiro público e recebimento de propina na esfera pública, elas devem ser complementadas por medidas que englobem o controle de gastos de campanha, prevenção da corrupção, fiscalização e ações constantes de controle, que independam da pressão das ruas.
"São todas medidas positivas, porque as leis atuais não criminalizam o caixa-dois (arrecadação não declarada de dinheiro em campanhas) ou o enriquecimento não justificado", diz o juiz Márlon Reis, um dos idealizadores da lei da Ficha Limpa.
Juiz diz que desvios observados na Lava Jato 'são padrão de comportamento' no setor público
"Mas para combater frontalmente a corrupção é preciso uma reforma do modelo de financiamento de campanha, que atualmente privilegia as grandes empresas contribuintes, que elegem bancadas inteiras e decidem questões orçamentárias. O que vemos (nos desvios apurados pela operação) Lava Jato é padrão de comportamento, e não exceção."

Gastos eleitorais

Polêmico, o tema de financiamento divide congressistas e é um dos entraves a uma reforma política no país. Reis é defensor de um projeto de lei em tramitação que prevê financiamento misto público-privado, vetando contribuições empresariais mas que estimule contribuições individuais de até R$ 700 a campanhas.
Além disso, o juiz argumenta que o excessivo número de candidatos às cadeiras no Congresso facilita o descontrole de gastos em campanhas e eventuais desvios.
Nesta terça-feira, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também apresentou a Dilma propostas de combate à corrupção, algumas semelhantes às prometidas pela presidente. Outras propostas da entidade incluem o fim do financiamento empresarial a candidatos e partidos, limites para gastos eleitorais, redução "drástica" dos cargos nomeados no serviço público e leis que profissionalizem a administração pública.
O presidente da OAB, Marcus Vinícius Furtado Coêlho, disse que Dilma foi receptiva às propostas e se comprometeu a incluir algumas (não especificadas) no pacote governamental, segundo a Agência Brasil.

Além das leis

Mas, para o promotor de Justiça Roberto Livianu, não basta acrescentar novas leis ao Código Penal para aprimorar a punição de corruptos.
"Dificilmente a Justiça mantém alguém preso (por crimes relacionados à corrupção)", argumenta o promotor, autor de Corrupção e Direito Penal – Um Diagnóstico da Corrupção no Brasil.
"O que vemos em Curitiba (onde são realizadas as investigações da operação Lava Jato e onde estão detidos os suspeitos de envolvimento com o esquema) é fruto de um trabalho bem-feito e de um juiz corajoso. Não podemos dizer que essas punições ocorram no Brasil de modo geral."
Livianu opina que são necessárias "políticas permanentes" de controle e governança, que envolvam fortalecimento de órgãos de controle e integração do trabalho de governo, Receita Federal e Ministério Público, por exemplo.
Natalia Paiva, diretora da organização Transparência Brasil, tem raciocínio semelhante.
Financiamento e gastos milionários de campanha estão entre práticas criticadas por alguns especialistas
"Medidas punitivas não faltam, o que falta é visão estratégica e prevenção da corrupção - por exemplo, limitando a nomeação de cargos", diz. "Com essa prerrogativa, o Executivo coopta (congressistas) da base aliada, e o Legislativo deixa de fiscalizá-lo."
O mesmo raciocínio, diz ela, se aplica a autarquias e empresas estatais, muitas vezes comandadas por "pessoas cujos principais interesses são partidários".
Os especialistas consultados pela BBC Brasil também defendem que o governo regulamente a chamada Lei Anticorrupção - promovida pelo governo no calor dos protestos de 2013 para responsabilizar empresas pela prática de atos contra a administração pública. A medida foi aprovada, mas há um ano e meio aguarda a regulamentação, para definir como a lei será aplicada.
"O governo não pode agir em espasmos, apenas quando o povo vai às ruas", critica Livianu.
Em sua posse, em janeiro, o ministro da Controladoria-Geral da União, Valdir Moysés Simão, disse que faltavam os "últimos detalhes" de uma regulamentação que é "complexa", mas "prioritária".

Momento oportuno

De volta ao pacote anticorrupção do governo, os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e Relações Institucionais, Pepe Vargas, se reuniram na terça-feira com líderes da base aliada no Congresso em busca de apoio ao projeto.
Para o cientista político Fernando Abrucio, professor da FGV, o momento político é oportuno para que medidas do tipo sejam aprovadas pelo Legislativo.
"Todo o sistema político está em situação complicada (perante o público), e uma não aprovação complicaria ainda mais, já que uma das principais reivindicações dos protestos é o combate à corrupção", argumenta.
Ele cita como exemplo o escândalo dos Anões do Orçamento, em 1993, quando uma CPI investigou dezenas de parlamentares em um esquema de fraudes e propinas na Comissão de Orçamento do Congresso Nacional. O momento era de grande indignação pública.
"Na mesma época, foi aprovada a nova lei de licitações, que foi importante para o setor público. Agora também temos um Congresso acuado (perante as investigações de diversos parlamentares pela Operação Lava Jato), o que favorece esse tipo de lei."

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