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sábado, 23 de fevereiro de 2013

Conheça o local da 41ª AGO da CGADB, Brasília (DF)

                          O número de Pastores inscritos para próxima AGO, fora esposas ultrapassa 20 mil

Devido ao gigantismo do evento, as reuniões da 41ª AGO, que haviam sido anunciadas inicialmente para o Ginásio Nilson Nelson, ocorrerão agora no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade Sarah Kubitschek, considerado o maior parque urbano do mundo, superando, inclusive, o Central Park, de Nova Iorque (EUA).

Fundado em 11 de outubro de 1978, o Parque da Cidade é chamado pela população de “Pulmão de Brasília”. Ele tem 4,2 milhões de metros quadrados, o equivalente a 420 hectares, e o seu Pavilhão de Exposições é considerado o terceiro maior pavilhão coberto do país, com 55 mil metros quadrados.

Tanto as reuniões convencionais durante o dia como os cultos à noite durante a 41ª AGO serão realizados no Pavilhão do Parque da Cidade.

FONTE: Mensageiro da Paz

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

DIDÁTICA CRISTÃ



INTRODUÇÃO


Para entendermos a Didática Cristã é necessário que saibamos dar um conceito sobreEducação e Didática.

EDUCAÇÃO
É o ato de educar, polir, formar caráter, é reconstruir, é influenciar, é transmitir conhecimentos.

OBJETIVOS

*Desenvolver a personalidade e ajustar o homem ao meio em que vive, para que ele saiba aceitar, compreender e reagir adequadamente às circunstâncias do seu ambiente. *Educar para a sobrevivência.
*Educar para a comunicação.

DIDÁTICA

É a Doutrina do Ensino e do Método; É a Direção de Aprendizagem. É o modo de transmitir informações, desenvolver habilidades e práticas educativas selecionadas e organizadas para serem trabalhadas com alunos. Segundo a Pedagoga Luzilene Félix, (2009) “ A Didática como “ciência” baseia-se em princípios científicos chamados leis do ensino; como “arte”, envolve a prática e habilidades em comunicar conhecimentos; como “técnica”, utiliza métodos e recursos que facilitam o processo ensino-aprendizagem.”

OBJETIVOS

*Orientar o professor em sua prática docente para que possa ministrar uma aula dinâmica e eficaz. *Possibilitar ao professor habilidades através de práticas e métodos de ensino.
Já citamos alguns pressupostos da Educação e da Didática secular, vamos falar sobre “Educação Cristã e Didática Cristã”.
EDUCAÇÃO CRISTÃ

A missão da Educação Cristã é “IR E ENSINAR”. Porém é necessário que estejamos aptos para desenvolvê-la. Cuja Educação, tem a finalidade de formar o caráter do cidadão que vai morar no céu.

DIDÁTICA CRISTÃ

É a transmissão dos conhecimentos bíblicos de forma sistemática visando uma transformação espiritual do educando em sua vida. Preocupa–se com a edificação total que inclui os bons costumes e o exercício da cidadania, a formação do caráter. Complementa e, às vezes corrige a educação ministrada nas instituições seculares.
FINALIDADE: *Direcionar o “Educador Cristão” através de métodos que não desabone a doutrina cristã, isto é, métodos que não entristeça o “Espírito Santo”. *Alcançar pessoas, corações, mentes, “almas” para o reino dos céus.

A Didática Cristã desenvolve-se a partir da Educação Cristã à qual é indispensável a real presença do Espírito Santo. É o Espírito Santo quem concede a capacitação divina ao Educador comprometido com seu ministério de ensino. “Uma tarefa espiritual – envolvendo verdades espirituais para satisfazer necessidades espirituais – então, requer poder espiritual”. Ressalta o Pr. Isaias Silva. (2006). A Didática Cristã consiste na orientação que devemos dar aos nossos alunos no processo de ensino-aprendizagem. Tem suas raízes no antigo testamento quando Moisés usado por Deus ordenou ao povo de Israel que nunca deixassem de ensinar a palavra de Deus. Sua ordenança era que cada família jamais, sob qualquer hipótese poderia abrir mão do ensino bíblico. O ensino deveria ser permanente em suas casas, pois só assim seus filhos não esqueceriam o propósito divino para suas vidas. (Dt 6.6-9)

CARACTERES DO
EDUCADOR CRISTÃO

Para desenvolver um bom trabalho é necessário que o educador cristão tenha convicção de que foi chamado para o ministério do ensino. Segundo a Bíblia Sagrada “Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, outros para pastores e mestres”. (Ef 4.11-12) e obedecer alguns critérios importantes em sua postura como ministro da palavra de Deus é necessário:

*Estudar a Bíblia diariamente, esta é a bússola do Educador comprometido com ensino da palavra.
*Manter uma comunhão real com Deus. Afinal, a responsabilidade de ensinar a palavra é grande. E o Educador Cristão não pode ministrar a palavra de Deus de qualquer maneira.
*O Educador deve ter uma linguagem sadia, clara e objetiva. Deve construir um elo de comunicação entre si e seus alunos.
*Deve ser dedicado “... Se é ensinar, haja dedicação ao ensino” (Rm 12.7)
*Viver o que ensina seguir o exemplo de Cristo, sendo santo em toda sua maneira de viver.
*Ser submisso ao seu pastor, e a seus líderes. É com submissão e obediência que chegaremos ao céu de glória.
*O Educador Cristão deve viver de tal forma que sua vida sirva de exemplo para seus alunos.
*Deve permanecer em constante oração, amar a Deus e aos seus alunos de forma sincera e profunda.
*Dedicar boa parte de seu tempo à leitura e ao estudo bíblico.*Estar sempre disposto a servir com amor e não pensar em obter qualquer tipo de retribuição, pois o nosso galardão receberemos no grande dia quando nos encontrarmos com o todo poderoso.
*Ter disposição de aprender, receber treinamento para se aperfeiçoar no ministério do ensino.
*Apresentar-se diante da classe fisicamente bem arrumado.*Procurar ser bem informado e ter sua própria biblioteca.

O BOM EDUCADOR NUNCA
SE CANSA DE APRENDER

Quando alguém achar que já aprendeu o suficiente, nesse momento deixou de ser sábio e está começando a trilhar pelo caminho da ignorância. O homem é um ser educável e nunca acaba de aprender. Aprendemos com os livros, com nossos alunos, aprendemos enquanto ensinamos. Não há melhor maneira de aprender do que tentar ensinar outra pessoa. Quando o professor não sabe uma resposta, é melhor ser honesto e dizer que não sabe, mas irá pesquisar e depois trará a resposta correta. O desenvolvimento no ministério do ensino exige certeza de salvação e obediência ao Espírito Santo. Procurar servir ao Senhor de acordo com seus próprios métodos sem a dependência do Espírito Santo é de pouca valia para a obtenção de bons resultados.

ERROS QUE O EDUCADOR
CRISTÃO DEVE EVITAR

1)Viver sem total dependência do Espírito Santo: Conhecimento da palavra, Oração e Consagração;

2)Desconhecer as Leis do Ensino:*O que são leis? São os princípios, regras ou normas gerais que regem os atos e o comportamento do mundo e do indivíduo. * O que são Leis do Ensino? São princípios, regras ou normas aplicadas especificamente à educação. Todo professor deve conhecer as principais leis de ensino. Por exemplo, se o motorista não conhecer as leis de trânsito torna-se difícil obedecê-las e zelar por sua segurança, dos pedestres e dos próprios colegas. Se os chefes da família não por em práticas as regras de uma boa convivência familiar, sua família tornar-se-á desestruturada, seus membros tornar-se-ão indivíduos desastrosos dentro da sociedade e da própria família. Pense então o que um professor deve estar perdendo por desconhecer as leis de ensino.
Existem pelo menos dez Leis de Ensino:

O aluno aprende quando:
1) É motivado; 2) O professor usa métodos apropriados para ensinar; 3) Gosta do assunto ensinado; 4) Necessita aprender; 5) Vê o professor fazer. At. 1.1; 6) É levado pelo professor a fazer; 7) É levado a pesquisar mais sobre o assunto que o professor ensina; 8) Tem confiança em si mesmo, na escola e no professor; 9) Recebe atenção especial por parte do professor; 10) Orientado pelo professor a ter uma vida de oração.

3. Não pôr em prática essas leis: Jesus disse: “Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes” (Jo 13.17)

4. Não traçar objetivos para sua aula: Não podemos “bater no ar”(I Co9.26)” Nem falar ao ar” (I Co 14.9. Se não houver um propósito firme e uma preparação a aula será de pouca aprendizagem. O que são Objetivos? São metas lançadas para se alcançar determinadas ações a serem desenvolvidas por alunos e professores ou indivíduos relacionados em um planejamento. Ex: O tema da aula é: A cidade de Corinto Objetivos: Após esta aula, o aluno deverá estar apto a: a) Descrever o contexto histórico e cultural da cidade de Corinto. b) Explicar os três objetivos da segunda carta de Paulo aos coríntios.

5. Não saber o quê e como ensinar: Para ensinar com eficiência o professor deve conhecer o conteúdo de sua aula e ter domínio de métodos que o auxilie no desenvolvimento de sua aula. Se você deseja realmente tornar-se um educador é necessário que estude sem cessar, estude com esmero e dedicação a Palavra de Deus, traçando um Plano de como será sua aula. É necessário que você faça um planejamento.

6) Não planejar o desenvolvimento de suas aulas: De acordo com o dicionário planejamento é fazer planos: planejar, projetar, tencionar, prever. Se bem observarmos, em nosso cotidiano quase todas as nossas ações são planejadas. Planejamos a que horas vamos deitar ou levantar, a dona de casa planeja o que vai fazer para o almoço, o dia em que vai fazer a faxina e etc. Se vamos viajar fazemos o orçamento: de quanto vamos precisar, que roupas vamos levar, decidimos o roteiro da viagem e etc. Dentro desses pressupostos concluímos então que nossas ações são praticamente todas planejadas, se isso não acontece em nosso cotidiano corremos o risco de viver sempre de improviso com sérias dificuldades, sem objetivos, sem metas a serem alcançadas.

Planejamento de Ensino

O Planejamento de Ensino não é diferente. É preciso ter objetivos, lançar metas, em outras palavras: é necessário planejar, fazer um plano de aula com todos os requisitos necessários a uma boa aprendizagem. Segundo o Pr. Marcos Tuller (2002),”Em relação ao ensino, planejar significa prever de modo inteligente e bem calculado todas as etapas do trabalho escolar e programar racionalmente todas as atividades, de modo seguro, econômico e eficiente. Em outras palavras, planejamento é a aplicação da investigação científica à realidade educacional a fim de melhorar a eficiência do trabalho de ensino”.

Características de um bom planejamento
de ensino

a) Unidade: No planejamento, é fundamental trabalhar de forma em que todas as atividades os objetivos sejam alcançados.
b) Continuidade: Sem planejar o professor corre o risco de perder o fio da meada, dispersando-se e valorizando pontos secundários em vez de priorizar os pontos principais da disciplina em estudo. c) Flexibilidade: Se durante a execução do planejamento, ocorrer algum imprevisto que impossibilite o professor de cumpri-lo, deve alterá-lo sem problema. Para isto o professor deve estar apto para desenvolver a aula sem que haja desperdício de tempo, por mais que o imprevisto mude o conteúdo da aula. Cuidado com o improviso! É por esta e outras razões que o professor deve estar em constante formação. O planejamento é flexível, porém, para que haja essa flexibilidade o professor deve estar preparado para fazer essa intervenção, principalmente quando se trata de Ensino da Palavra de Deus. Se é “Ensinar” que haja dedicação no Ensino (Rm 12.7b ).
d)Objetividade: O planejamento deve ser objetivo e estar baseado nas condições reais do aluno, de local, de tempo, recursos, capacidade e prepara de seus alunos. No planejamento o professor lança os objetivos que deseja alcançar ao ministrar sua aula. Que objetivos são esses? São aqueles que lhe fazem questionamentos. Por Ex. *Esse plano facilitará a aprendizagem dos alunos? *A metodologia usada contribuirá para que haja aprendizagem? *Como será minha linguagem? Clara, de fácil interpretação? *Nessa aula haverá interação entre o aluno, o conteúdo e o professor? *Quais são os pontos positivos? E os negativos?

7. Desconhecer o Público alvo: Não adianta nada possuir muito conhecimento, se não houver domínio da arte de ensinar. Qual é o seu público? Adultos, jovens, adolescentes, pré-adolescentes, crianças? São doutos, leigos? Você o conhece bem e sabe como ensiná-lo? LEMBRE-SE: É a palavra de Deus que você vai ministrar e você não pode ir à sala de aula sem se preparar, sua responsabilidade é grande. Qual será o futuro de seu aluno se você ensiná-lo de forma improvisada? ”Não cometa esse erro! ORE, ESTUDE, PESQUISE, e que a graça do Senhor Jesus possa superabundar em seu ministério de ensino da Palavra.

8. Parar no Tempo: Não se preparar didaticamente e pedagogicamente. Isso faz o professor regredir. É preciso que o professor leia bastante, pesquise, tenha sua biblioteca particular. Não pare no tempo! Atualize-se, participe de eventos que promova suas técnicas de ministrar aulas que desenvolva em seu aluno uma aprendizagem eficaz sem se esquecer, portanto que é a palavra de Deus que você está ministrando e tudo o que você repassar para seus alunos deve ser à luz da infalível e inerrante Palavra de Deus.

9 . Utilizar Recursos Didáticos sem ter total domínio: O que são Recursos Didáticos? Seguindo a linha de Pensamento da pedagoga Luzilene Félix (2009), Recursos Didáticos são componentes do ambiente de aprendizagem, que dão origem à estimulação para o aluno aprender; tem sentido de auxílio, socorro, meio para resolver um problema. Os recursos se ensino classificam-se da seguinte forma:

Natural: Elementos da Natureza,

Escolar: Quadro, Giz, Cartazes e etc.
Da comunidade: Biblioteca, Indústrias, Lojas e Repartições Públicas.

Recursos Auditivos: Rádio, Gravações.

Recursos Visuais: Projeções, Cartazes e Gravuras.

Recursos Audiovisuais: Televisão, Vídeos.

Recursos Humanos: Professor, alunos, e Sociedade.

A aplicação dos Recursos Didáticos é necessária, porque eles atingem diretamente os órgãos dos sentidos. O ser humano somente elabora idéias quando os órgãos dos sentidos fornecem ao cérebro matéria-prima, isto é, imagens do mundo material. Os órgãos dos sentidos são responsáveis por proporções de aprendizagem. É evidente que quanto mais se somam os órgãos dos sentidos, maior será o sucesso da aprendizagem. Observe os dados abaixo de acordo com o índice de aprendizagem do aluno em relação aos órgãos dos sentidos. 10% Quando se faz uma simples leitura. 20% Para simples audição. 50% Para a combinação de ambas: leitura e audição.
70% Para a audição e fala. 90% Para a fala e ação imediata.

Qual a importância dos Recursos em uma Aula Bíblica?

O Senhor Jesus, o Mestre por excelência, é nosso referencial e maior exemplo na dinâmica do ensino e a Bíblia é a fonte máxima para a formação do pensamento Cristão. Jesus ensinava usando coisas simples do dia-a-dia: experiências, problemas, costumes, parábolas, a natureza e etc. isso mostra que o bom Mestre aproveitava os recursos disponíveis e acessíveis para que seus seguidores assimilassem os ensinamentos transmitidos.

10. Usar métodos de ensino sem que este esteja adequado a realidade dos alunos:
Finalidade: Adaptar a lição ao aluno. E não o contrário. Uma aula apresenta normalmente, uma combinação de dois ou mais métodos, e nunca só. O Pr. Antonio Gilberto afirma: “Jesus ensinou usando métodos. Porém é necessário que o Educador Cristão tenha também duas outras coisas: a mensagem dada por Deus e a vida vibrante pelo Espírito Santo. Jesus como Mestre tinha as três coisas MÉTODO, MENSAGEM E VIDA. Você pode preparar uma boa aula com todo carinho esforço e boa vontade, mas somente Deus pode dar a mensagem cheia de vida espiritual”. *Os Métodos Classificam-se em método de: Preleção ou expositivo; Perguntas e Respostas; Discussão ou Debate Orientado; Audiovisual; Narração (Histórias); Leitura; Tarefas (aprender fazendo); Trab. De
pesquisas, redação, trab. Manuais;
Demonstrativos (ensinar fazendo),

CONCLUSÃO

Ser professor da Escola Dominical é muito importante. A Escola Dominical é de suma importância para o crescimento da igreja. Em primeiro lugar, porque o crente cresce espiritualmente através do ensino da palavra. Segundo porque é nossa obrigação motivar nossos alunos a crescerem na graça e no conhecimento da palavra de Deus para tornarem-se cidadãos dos céus e verdadeiros missionários cumprindo o Ide do Mestre. Terceiro porque é necessário que nós Educadores Cristãos estejamos preocupados com nossa prática docente. Devemos nos perguntar: “Estamos realmente ensinando a Palavra de Deus? Nossos alunos estão aprendendo ? Está havendo mudanças de comportamento? Estamos nos colocando à disposição do Santo Espírito de Deus nos preparando para ministrar sua Palavra? Ou estamos apenas improvisando e ministrando uma aula rotineira que não causa a menor vontade de vir para a casa do Senhor no domingo de manhã? Devemos ter o cuidado para não cairmos na mesmice e sim ministrarmos uma aula onde o Espírito de Deus possa se fazer presente. Ministrar a palavra de Deus é uma tarefa muito importante, e é de nossa inteira responsabilidade incutir na mente de nossos alunos o quanto será glorioso quando nos encontrarmos com o “GRANDE DEUS”. Devemos sempre nos auto-avaliar perguntando a nós mesmos: Qual é o meu compromisso enquanto Educador Cristão? Eu sou mesmo um Educador? Ou sou apenas um professor? Saiba você querido Educador que o vaso que se deixa ser usado para ensinar a Palavra de Deus jamais será abalado porque ele tem raízes profundas, é alicerçado pelo Santo Espírito de Deus. Que esse mesmo Espírito ilumine cada Educador, de maneira que possa desenvolver este ministério tão glorioso, ocupar o lugar de honra que lhe foi confiado. Que Deus lhe abençoe grandemente.

Mayara de Souza Silva

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BÍBLIA SAGRADA. Atualizada 4ª Ed. Barueri- São Paulo. 2004

GILBERTO. Antonio, As Crianças precisam conhecer o Evangelho. Art. Ensinador Cristão, CPAD, Rio de Janeiro - RJ. 2009

MARCOS, Tuler. Abordagens e Práticas da Pedagogia Cristã. CPAD, RJ. 2009


LEFEVER, Marlene. Estilos de
Aprendizagem. CPAD, Rio de Janeiro - RJ. 2004.

LEFEVER. Marlene, Métodos Criativos de Ensino, CPAD, Rio de Janeiro - RJ. 2005

SILVA, Isaias, Educação Cristã. Etadepa, PA. 2007.

MORAES, Eliezer. Formação Continuada. CPAD, RJ. 2008.


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

O legado de Elias e o nosso legado ministerial



O legado de Elias e o nosso legado ministerial

Escrito por  Pr. Geremias do Couto

Não tenho por hábito escrever comentários sobre as lições bíblicas estudadas em nossa Escola Dominical. Mas sem desprezar a relevância das demais, considero a lição do próximo domingo, da revista editada pela CPAD, bastante pertinente para o momento em que estamos vivendo. Como terei a responsabilidade de ministrá-la em nossa igreja, achei por bem compartilhar os pontos que pretendo tratar, se Deus quiser, durante a aula. Considero o profeta um modelo sobre como nos portarmos em meio a um ambiente religioso que em nada difere do que Elias enfrentou. Aliás, não exagero ao reduzir o tema ao meio cristão no qual vivemos, onde o sincretismo tomou conta em detrimento da glória de Deus. Nesse contexto, o legado de Elias é um exemplo para todos nós.
1. O legado da sua origem
Elias aparece na história sem qualquer vínculo com o sistema em vigor, seja pelo lado sacerdotal, seja pelo lado monárquico, seja pelo lado profético. O que se registra da sua origem está em 1 Reis 17.1: "Então Elias, o tisbita, dos moradores de Gileade...". Nada mais é dito. Creio que Deus queria alguém que não tivesse qualquer tipo de comprometimento, que não fosse presa fácil das conveniências e pudesse ser a sua própria boca para confrontar os pecados de Israel. Alguém que tivesse consciência de sua posição como mero instrumento e não instrumentista. Não é que não houvesse profetas entre o povo. Havia. Mas o medo, certamente, os silenciava. Até o responsável pela administração do palácio, Obadias, temia ao Senhor a ponto de esconder 100 profetas das mãos sanguinárias de Acabe. Ele próprio, todavia, não levantava a sua voz contra os desatinos reais por medo de sofrer represálias. Isto se infere de seu encontro com o profeta, 1 Reis 18.7-14. Nesse cenário surge Elias. Só ele pode dar conta da missão. Quando a fé se corrompe a ponto de sufocar os verdadeiros crentes, não são os "profetas estadistas" que o Senhor usará, mas um "tisbita", "um morador de Gileade", alguém que não tenha o seu nome ligado aos horrores que o sistema religioso representa.
2. O legado de sua humanidade
Outro aspecto fundamental da vida do profeta - e de tantos outros homens de Deus registrados na história bíblica - é a sua humanidade. Diferente dos que hoje se promovem como "pequenos deuses", e que se assomam como portadores de privilégios maiores no panteão das "divindades humanas", Elias experimenta os mesmos conflitos que experimentamos, sente as mesmas dores que sentimos, passa pelas mesmas angústias que passamos, tem fome da mesma forma que temos, cansa da mesma forma que cansamos e enfrenta as mesmas paixões que enfrentamos. O episódio que mais escancara a sua humanidade é a depressão que enfrenta - já estudada em lição anterior - quando, extenuado após a batalha do Carmelo, foge de Jezabel. O que me empolga é o fato de a Escritura registrar este lado - o da humanidade do profeta - tão esquecido pelos heróis cristãos de hoje. "Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós...", Tiago 5.17. Quanto mais nos aproximamos de Deus, mais humanos nos tornamos.
3. O legado de sua vida pessoal
Não consta, na Bíblia, que Elias tenha constituído família. É de se pressupor que não, dada a vida quase monástica que levava. A missão que Deus lhe confia impõe desprendimento total. Descobrimos, em seus passos, que ele não tinha apego às coisas materiais e soube viver com a provisão de cada dia, mesmo aquela trazida pelos corvos. Não se vê o profeta em campanhas da semeadura, comercializando "amuletos milagrosos" entre o povo, nem confrontando em seu próprio nome o paganismo mesclado com o judaísmo. Ele sempre age como enviado do Senhor dos Exércitos. Elias não faz questão de comer da mesa do palácio. Creio que, por isso, João Batista tenha sido comparado ao profeta por Jesus. A vida pessoal de Elias é um legado para os que exercemos o ofício sacerdotal nos dias de hoje. Queremos as luzes da ribalta ou o vitupério de sofrer por amor a Cristo? Estamos desapegados às coisas da terra ou usamos o biombo do nosso sacerdócio como instrumento em busca da opulência? Desapego é o que se espera daqueles que são chamados para ministrar diante de Deus.
4. O legado de sua sucessão
O período no Horebe, escondido em uma caverna, não é o fim do ministério de Elias. É o recomeço. Em situações como a que ele enfrentou, temos de ter, também, o nosso Horebe em que as nossas forças são revigoradas para continuar a caminhada. É uma parada para reabastecimento. Quantos corremos de um lado para o outro, cumprimos extensa agenda, pregamos de quarta-feira a domingo e não paramos por nos considerarmos acima da média. Passamos a repetir de forma mecânica as nossas mensagens, o púlpito já não nos alegra, mas se torna um fardo, por sentirmo-nos completamente vazios. Isto se chama esgotamento espiritual. Não podemos perder de vista o Horebe. É ali que o Senhor nos encontra. É ali que o Senhor nos fortalece. É ali que recomeçamos. É ali que o Senhor nos dá novas tarefas. Entre outras coisas, no Horebe o Senhor ordena a Elias que cuide, também, de sua sucessão (1 Rs 19.15-19), além de lhe repreender por achar-se o único que permanecia fiel ao Deus vivo. Havia outros sete mil! Não somos os únicos. No dia em que formos tirados do mundo, outros continuarão a obra. Portanto, cuidar da própria sucessão deveria constar da agenda daqueles que ministram diante do altar.
5. O legado da transferência
Os capítulos finais de 1 Reis mostram que por algum tempo Elias continua no exercício do seu ministério profético e cumpre as missões recebidas de Deus no Horebe. Mas agora tem a companhia de Eliseu. Este, ao ser convocado para segui-lo, toma o arado, transforma-o em lenha, mata os bois e os assa, numa "churrascada" de fazer "inveja" ao melhor gaúcho, em que todo o povo das redondezas participa, 1 Reis 19.19-21. Tal qual Elias, ele tem de desprender-se. Não pode deixar atrás de si nenhuma possibilidade de voltar atrás. Tem de queimar as pontes. Ou seja, não há volta para os que são chamados por Deus. Pode até, se necessário, eventualmente, "fabricar tendas" para a sobrevivência, como fez Paulo, mas isso é temporário. O chamado será sempre a prioridade. Por fim, há um momento em que Elias começa a caminhada final a partir de Gilgal, passando por Betel, Jericó até chegar ao Jordão. Parece tratar-se da apresentação formal de Eliseu aos alunos das escolas de profetas existentes naquela época. O processo de transferência se inicia, mas Eliseu precisa acompanhá-lo até o fim. Como ele tinha convicção da chamada, segue adiante. E no Jordão, numa experiência mística, dá-se a transferência, quando a capa de seu antecessor vem parar em suas mãos. Não há ciúme, inveja, desconfiança, apego ao poder ou qualquer outro sentimento menor da parte de Elias. Ele simplesmente passa o bastão na hora certa e ninguém tenta puxar o tapete de Eliseu, 2 Reis 2.1-25.
Conclusão
Que o legado de Elias nos sirva de exemplo. Que o nosso apego seja o Reino de Deus e não o nosso império pessoal. Que a nossa glória seja a de Deus, e não a construída pela nossa prepotência. Que tenhamos o bom senso de preparar outros que deem continuidade ao ministério. Certamente não faltará Eliseu em nosso caminho.

Plano de Aula da LIÇÃO 8 – O legado de Elias

                                              LIÇÃO 8 – O legado de Elias



“Através do ministério de Eliseu aprendemos que os grandes homens foram aqueles que aprenderam a servir”
·        A tríplice missão final de Elias: ungir Hazael como rei da Síria, Jeú como rei de Israel  Eliseu como profeta em seu lugar. (1 Rs 19:16,17,19-21) Eliseu foi escolhido, toma uma junta de boi e faz um “churrasco” para o povo.
 INTRODUÇÃO• O líder deve saber a hora certa de parar;• O líder deve escolher alguém para mentorear e preparar para ser o seu sucessor;• Elias, por fim, aprende a descentralizar e trabalhar em equipe – ele não estava sozinho;• Elias é um bom exemplo para os líderes do século XXI.
O LONGO DISCURSO DE ELIAS
• Uma volta às origens • Elias percorreu aproximadamente 400 km após a ameaça de Jezabel - Monte Horebe/Sinai (Ex 3:1; 19:1,2); • Significado do Monte Horebe/Sinai para o povo de Israel/Moisés (Ex 3:14; Ex 19-20); • Uma volta às origens para uma retomada.  – Ás vezes, o ser humano precisa retomar suas origens para dar uma repensada em sua vida?
O LONGO DISCURSO DE ELIAS• Uma revelação transformadora • Elias estava confuso e mau informado em parte sobre a fé do seu povo – se achava o único fiel; • “O que fazes aqui Elias” – pergunta pedagógica ( Rs 19:9 e 13); • Deus revela que Elias não era o único fiel, existiam ainda mais 7.000 (1 Rs 19:16); • Não somos descartáveis, mas ninguém é insubstituível (Lições Bíblicas, p. 57) – Você pensa que é o único ou o mais fiel da terra?
ELIAS NA CASA DE ELISEU• A exclusividade da chamada (1 Rs 19:19-21) • Chamada para os fiéis (Eliseu dentre os 7.000); • Chamada para pessoas compromissadas; • Chamada para pessoas depreendidas; • Chamada para servidor.
• A autoridade da chamada • Manto como símbolo de autoridade profética (2 Rs 1:8; Zc 13:4); • Não basta a ordenação, a pessoa tem que realmente ser o chamado e vocacionado por Deus; • “Hoje há muita titulação, mas pouca unção de Deus” (Lições Bíblicas, p. 57) AP – Você tem convicção de sua chamada e vocação? “Deus chama e prepara pessoas fiéis para a sua obra. A obra do Senhor é para os chamados e vocacionados.” (Lições bíblicas, p. 57)
ELIAS E O DISCIPULADO DE ELISEU• As virtudes de Eliseu • Eliseu resiste às provas de Elias (2 Rs 2:1-8); • Eliseu estava sensível à vontade de Deus (previa o que estava por acontecer com Elias); • Eliseu foi perseverante, não desistiu, mesmo com palavras “negativas” do líder (2 Rs 2:1-6); • Eliseu estava pronto para algo maior. – Você tem sido sensível à vontade de Deus e perseverante em serví-lo?
• A nobreza de um pedido • Eliseu estava dispoto em fazer mais do que Elias (2 Rs 2:9); • Eliseu tinha um bom e puro desejo, isso agradou a Deus; • Eliseu escolheu o que era mais nobre; – O que você tem escolhido? O que tem pedido à Deus?
 “Eliseu era perseverante, se ele tivesse ficado pelo caminho, não teria sido o homem de Deus que foi! Somente os perseverantes conseguem chegar ao fim.” (Lições bíblicas, p. 58)
O LEGADO DE ELIAS• Espiritual • Deixou um exemplo de fidelidade e servidão; • Ensinou como defender o culto genuíno à Iavé (1 Rs 18:22-36); • Ensinou como confiar em Deus, mesmo quando a liderança não dava exemplo (1 Rs 17:1ss); Você também quer receber o legado de Elias? Observe o exemplo de Eliseu.
• Moral • Elias repreendeu o mau comportamento dos falsos profetas e não se vendeu ao sistema (1 Rs 18:19); • Defendia o que era justo, independente das consequências; • Tinha “moral” para advertir Acabe no caso da vinha de Nabote (1 Rs 21:17-20); • Eliseu deu continuidade na missão de Elias (ungiu Hazael como rei dos Sírios e Jeú como rei de Israel). Quas os valores morais que tem norteado sua vida?
-Ninguém conseguirá ser um homem de Deus como Elias o foi, se não possuir valores morais e espirituais bem definidos.” (Lições bíblicas, p. 59)
. CONSIDERAÇÕES FINAIS• O texto bíblico estudado demonstrou que:
1. Deus mostrou a Elias que ela não era descartável, mas poderia ser substituído;
2. Eliseu apresentava características de quem tem autoridade, chamada e vocação de Deus;
3. Eliseu foi bem sucedido porquê teve um bom referencial de mentor, além de ter tido uma nobre e genuína escolha.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Jezabel, a Rainha Pagã


Jezabel é uma das personagens femininas mais intrigantes do Antigo Testamento. Inteligente, dominadora e hedonista, ela viveu contrário a tudo o que o seu nome significa. No hebraico, 'Iyzebel quer dizer “casta”, todavia essa rainha é conhecida na história bíblica como mulher impudica e idólatra.
Jezabel era uma princesa sidônia, filha do poderoso Etbaal (no hb. “com Baal”) – um poderoso rei da Fenícia – adoradora de Baal-Melcarte, um falso deus fenício, e rainha de Israel durante o reinado de Acabe, cerca de 870-853 a.C. (1Rs 16.29-31; 18.19). Conjecturo que Jezabel era alta sacerdotisa da deusa Astarte, divindade, que, conforme crido na época, era esposa de Baal. No culto a esses deuses eram praticados todos os tipos de orgias, como explico em minha obra A Família no Antigo Testamento.
Embora a Lei Mosaica proibisse o casamento com os povos pagãos, o incrédulo Acabe casou-se com a mais poderosa e vil mulher da Fenícia. Este casamento não fora realizado pelos sacerdotes diante do Senhor, mas pelos sacerdotes de Baal, diante desta mesma divindade (1Rs 16.31). A confiança de Acabe não estava em Iavé, mas nos acordos diplomáticos feitos por Onri, seu pai.
Esta união, no entanto, trouxe a ruína moral, espiritual e social do reino do norte, Israel. A capital Samaria tornara-se a partir de então o centro religioso do culto a Baal e a Astarte, contendo no palácio 450 profetas de Baal e 400 sacerdotisas de Astarote ou Asera (1Rs 18.4). Isto significa que não apenas foram mortos os profetas, mas também muitos sacerdotes fiéis a Iavé.
Neste período lúgubre, o palácio transformou-se em antro de luxúria, malandragem, excessos e vícios sexuais. Tudo com a participação do rei Acabe, da rainha Jezabel e dos profetas e sacerdotisas de Baal e Astarte. O paganismo de Jezabel unia prostituição e homossexualismo com religião e religiosidade. Esta é uma das principais razões pelas quais Jezabel é conhecida como prostituta. E na verdade o era, entretanto, uma hieródula, ou prostituta sagrada.
É impossível desassociar o culto pagão ao casal herogâmico Baal e Astarte da prostituição sagrada, da falolatria, dos sacrifícios de crianças, das ervas alucinógenas, feitiçaria entre outros desvios (2Rs 9.22). E, segundo a tradição fenícia e canaanita, o rei e a rainha eram elementos indispensáveis nessas festividades, pois a presença deles assegurava o favor das divindades cultuadas. A rainha Jezabel incitava o rei Acabe para fazer o que era “mau aos olhos do Senhor”, diz o redator das crônicas dos reis (1 Rs 21.25).
Uma das primeiras iniciativas da rainha Jezabel foi exterminar os profetas do Senhor e colocar no palácio os sacerdotes, sacerdotisas e profetas de Baal e Astarte. Depois, preocupou-se em matar os poucos servos de Deus que lhe resistiam o poder inconteste. Assim, começa a perseguir Elias, o único profeta ainda a lhe resistir o poder publicamente (1Rs 18 e 19) e, mais tarde, o indefeso Nabote (1Rs 21.14).
A vida impudica de Jezabel recebeu a justa retribuição divina pelo modo como morreu. Leia 2 Reis 9.30-37. O nome desta mulher tornou-se sinônimo de idolatria, falsos profetas, prostituição, falsos ensinos, tolerância ao pecado, perseguição aos servos de Deus, heresias entre outros. É com esse sentido que o nome Jezabel aparece em Apocalipse 2.20.

.No entanto, a associação de Jezabel com ornamentos femininos e com o chamado “kit Jezabel”, é uma brincadeira de mau gosto. Provavelmente resulta de má compreensão do texto de 2 Rs 9.30 que relata a visita de Jeú e o fato de a rainha se pintar e se adornar para receber o profeta.
Todavia no Antigo Testamento era muito comum as mulheres se adornarem com artefatos de ouro, prata e cobre, além é claro, de usarem maquiagem. A imagem caricata que se faz dessa personagem é jocosa e não representa a realidade, mas apenas tenta exprimi-la.
A Bíblia está repleta de exemplos de mulheres santas que usavam esses artefatos e que se adornavam, conforme o costume da época. Todavia, o apodo “jezabel” é usado mais freqüentemente para descrever os costumes imorais e a impiedade que crassa na religião e, infelizmente, adentrou numa comunidade cristã nos idos do primeiro século depois de Cristo.

 Modernamente, os nomes “Jezabel” e “Balaão” são associados aos pecados morais, à apostasia, à ganância financeira, à simonia, e amor ao dinheiro. Infelizmente, não poucos cristãos e líderes que estão presos pelos tentáculos que acorrentaram Jezabel e Balaão. Fujamos em tempo oportuno!


Sinete (espécie de carimbo pessoal) de Jezabel encontrado pela pesquisadora holandesa Marjo Korpel, especialista da Universidade de Utrecht.


A Prosperidade no Antigo Testamento - Subsídio Lexicográfico



Pois quanto o céu está elevado acima da terra, assim é grande a sua misericórdia para os que o temem" (Sl 103.11)


Cinco termos hebraicos que descrevem a prosperidade no Antigo Testamento

1. Tsālēach: a prosperidade como fruto de uma vida bem-sucedida. No Antigo Testamento a palavra hebraica mais comum para descrever a prosperidade é tsālēach, isto é,"ter sucesso", "dar bom resultado", "experimentar abundância" e "fecundidade". Esse termo é usado em relação ao sucesso que o Eterno deu a José (Gn 39.2,3,33) e a Uzias (2 Cr 26.5). No contexto bíblico, a verdadeira prosperidade material ou espiritual é resultado da obediência, temor e reverência do homem a Deus. A Escritura afirma que Uzias "buscou o SENHOR, e Deus o fez prosperar". A prosperidade de Uzias nesse período foi extraordinária. Como rei desfrutou de um sucesso e progresso imensurável (2 Cr 26.7-15). Deus deu-lhe sabedoria para desenvolver poderosas máquinas de guerra para proteger Jerusalém (vv.14,15). A prosperidade de Uzias era subordinada à sua obediência a Deus. O profeta Zacarias o instruía no temor do Senhor, razão pela qual o monarca prosperou abundantemente. O homem verdadeiramente próspero é como a "árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cujas folhas não caem, e tudo quanto fizer prosperará" (Sl 1.3). Porém, a soberba destronou o rei de seu palácio e prosperidade (confira shālâ).

2. Chāyâ: a prosperidade de uma vida longeva. Um outro termo hebraico que descreve a vida próspera é chāyâ. Literalmente a palavra significa "viver" ou "permanecer vivo", entretanto, em certos contextos significa "viver prosperamente": "Até que eu venha e vos leve para uma terra como a vossa, terra de trigo e de mosto, terra de pão e de vinhas, terra de oliveiras, de azeite e de mel; e assim vivereis e não morrereis" (2 Rs 18.32). Em 1 Samuel 10.24, a frase "Viva o rei!", quer dizer "Viva prosperamente o rei!"; "Viva o rei em prosperidade". Nesses dois contextos, chāyâ se refere à "fartura de dias", "longevidade", "livrar-se da morte" e, consequentemente, "prosperidade". O termo também relaciona-se à saúde física e a cura de enfermidades. Em Js 5.8, o termo é traduzido por "sarar", "recuperar a saúde".

3. Śākal: a sabedoria que traz prosperidade. Um outro termo muito significativo no Antigo Testamento é śākal. Textualmente significa "ser sábio", "agir sabiamente" e, por extensão, "ter sucesso". Esta palavra está relacionada à vida prudente, ao agir cautelosa e sabiamente em todos os momentos e circunstâncias. Um exemplo negativo que serve para ilustrar a importância do que estamos afirmando é o marido de Abigail. Nabal, do hebraico nābāl, ipsis litteris, "louco", "imprudende", "tolo", demonstrou imprudência, tolice e loucura ao negar socorrer a Davi em suas necessidades. Embora rico, não era sábio e prudente (1 Sm 25.10-17); sua estultice quase o leva à morte pelas mãos de Davi, mas não impediu que o mesmo fosse morto pelo Senhor (1 Sm 25.37,38). Nabal não agiu com śēkel, isto é, "sabedoria", "prudência"; não procedeu prudentemente, portanto, "não teve sucesso", "não foi próspero". Davi, por outro lado, viveu sabiamente diante de Saul, dos exércitos de Israel, do povo e diante do próprio Senhor: "E Davi se conduzia com prudência [śākal] em todos os seus caminhos, e o Senhor era com ele" (1 Sm 18.14 ler vv.12,15). Nesses versículos temos a relação mútua entre dois conceitos: O Senhor era com Davi, razão pela qual o filho de Jessé foi prudente em suas ações; Davi era sábio, justo e prudente, motivo pelo qual o Senhor era com ele. Em alguns textos śākal diz respeito à prosperidade que advém do comportamento sábio e prudente.

4. Shālâ: o estado de impertubabilidade da prosperidade. O vocábulo procede de uma raiz da qual se deriva as palavras "tranquilidade" e "sossego". O termo significa "estar descansado", "estar próspero", "prosperidade". O termo também diz respeito à prosperidade do ímpio (Jr 12.1). Porém, o foco que pretendo destacar é o flagrante estado de "impertubabilidade" que pode levar ao orgulho. No Salmo 30. 6 o poeta afirma: "Eu dizia na minha prosperidade [shālâ]: Não vacilarei jamais". Derek Kidner (1981, p.148) afirma que a raiz hebraica que dá origem a palavra prosperidade nesse versículo refere-se às "circunstâncias fáceis, ao ponto de vista despreocupado, ao descuido e à complacência fatal" (Jr 22.21; Pv 1.32). Provérbios 1.32 revela com muita propriedade que "a prosperidade dos loucos os destruirá". O Salmo 30 descreve o louvor pelo recebimento da cura divina e pelo livramento da morte: "Senhor, fizeste subir a minha alma da sepultura; conservaste-e a vida para que não descesse ao abismo" (v.3). A salmodia foi composta logo após o restabelecimento da saúde física do salmista. Neste poema, o rapsodo fala a respeito de sua prosperidade e de como sentia-se seguro, tranquilo e impertubável até que a calamidade adentrou nos umbrais de sua frágil vida e seu orgulho e confiança na riqueza foram abatidos. A confiança na estabilidade da prosperidade cede lugar à confiança inabalável na bondade divina: "Ouve, Senhor, e tem piedade de mim; Senhor, sê o meu auxílio" (v.10). O patriarca Jó também alude ao "descanso" e "tranquilidade" advindas da prosperidade e como de súbito foi apanhado pelas adversidades: "Descansado [shālâ] estava eu, porém ele me quebrantou" (Jó 16.12a). Paulo, muito tempo depois orienta ao jovem pastor Timóteo para que exorte os ricos a não porem a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente dá todas as coisas (1 Tm 1.17). A prosperidade anunciada por meio do vocábulo shālâ pode produzir, como afirma o teólogo Victor Hamilton, "despreocupação" (Ez 23.41; Pv 1.32). Portanto, esse termo afirma o perigo que subjaz na prosperidade. Esta não deve substituir a confiança em Deus e nas santas promessas das Escrituras.

5. Dāshēm: a prosperidade abundante. Este termo é mais frequente nos textos poéticos do que nos prosaicos. Logo, trata-se de um vocábulo poético e idiomático hebreu. Literamente significa "engordar", "ser gordo" e, consequentemente, "ser próspero". Em nossa obra, Hermenêutica Fácil e Descomplicada (CPAD) explicarmos detalhadamente o hebraísmo "gordura" nas páginas 212, 213, 214 e 215. O Salmo 63.5, por exemplo, diz: "A minha alma se farta, como de tutano e de gordura [dāshēm]; e a minha boca te louva com alegres lábios". O hebraísmo dāshēm, isto é, gordura, descreve duas verdades concernentes à prosperidade: suficiência e sentimento de bem-estar advindo da prosperidade. Em Gênesis 41 aprendemos que as vacas gordas representam prosperidade, suficiência, abundância e felicidade (vv.26,29), enquanto as magras, necessidade, escassez, fome e tristeza (vv.27,30). Imagens como essas eram frequentes no Crescente Fértil. Nos períodos áureos, o gado, sempre gordo, refletia a prosperidade da terra, trazendo alegria a seus proprietários, enquanto o rebanho magro refletia a miséria e infortúneo. Desde então, os judeus, nada afeitos a termos abstratos, preferiram designar a prosperidade utilizando-se de imagens como gordura, vacas gordas e tutanos (gordura do interior dos ossos). Veja, por exemplo, a bênção de Isaque sobre o seu filho: "Assim, pois Deus te dê do orvalho do céu, da gordura da terra, e da abundância de trigo e mosto" (Gn 27.28 Edição Contemporânea de Almeida). Na tradução, a ARA (Almeida Revista e Atualizada) omite o hebraísmo "gordura da terra", mas traduz por "exuberância da terra". Embora o termo hebraico em Gênesis seja outro, participa do mesmo campo semântico de dāshēm, gordura, assim como o vocábulo chādal, isto é, ser gordo ou próspero. Este termo, por sua vez, diz respeito a prosperidade abundande, que salta aos olhos e traz extrema felicidade e contentamento (Pv 11.25; 13.4).

Da experiência à razão: a compreensão pneumatológica em Santo Agostinho.



Introdução
Agostinho de Hipona, ou Santo Agostinho, é considerado um dos grandes filósofos cristãos da era patrística (sécs. I – VIII d.C.) e o teólogo mais profícuo e importante para a teologia do Ocidente. Nasceu em 354, na cidade de Tagaste, província romana no norte da África. Filho de Patrício e de santa Mônica, tornou-se maniqueísta e professor de oratória em Catargo. Por influência de santo Ambrósio começou a ler o epistolário paulino; não muito tempo depois foi batizado juntamente com seu filho Adeodato e seu amigo Alípio.
Após a morte de sua mãe retornou para a África, período que marca sua vida contemplativa e seus estudos. Seu conhecimento tornou-se notório e, afamado, foi sagrado bispo de Hipona em 395 d.C. Nesta diminuta cidade dedicou-se ao exercício poemênico e ao labor teológico no campo da exegese e da sistemática, bem como da filosofia e da alma humana. Mesmo após sua morte em Hipona, no dia 28 de agosto de 430, o legado agostiniano permanece vivo, necessário e plausível à teologia do século XXI. Agostinho, Bispo de Hipona, Padre da Igreja Latina e Doutor da Igreja (Doctor Gratiae) era um teólogo que se fez pastor; um filósofo que se tornou místico; um poeta que se descobriu polemista; um escritor que lia a Escritura; e um orador que ouvia a voz do Espírito!
Correntes pneumatológicas anteriores a Agostinho
1. Ortodoxa
As duas grandes preocupações da ortodoxia antes do pensamento pneumatológico agostiniano referem-se à economia da salvação e ao mistério de Deus. Para a ortodoxia “é da natureza do Pai, do Filho e do Espírito que depende a realidade da salvação trazida aos homens”. Destacam-se nesse período os seguintes teólogos:
a) Irineu de Lião (U c.202) – Padre Grego: Denomina o Espírito Santo como a “sabedoria de Deus”. Junto com o Filho, o Espírito constitui as duas mãos pelas quais o Senhor criou o homem. Ele desvela a economia salvífica na qual a humanidade é consumada em Cristo como cabeça da criação e é renovada segundo a imagem de Deus na Igreja pelo Espírito. Afirmava que “onde está a Igreja, aí está o Espírito de Deus. Onde está o Espírito de Deus, aí estão a Igreja e toda graça” (Adversus haereses).
b) Tertuliano (U c.220) – Padre Latino: Empregou o termo Trindade e desenvolveu a teologia trinitária da Igreja Latina. Foi o primeiro a defender o papel autônomo do Espírito como uma Terceira Pessoa distinta do Pai e Filho.
c) Orígenes (U c.254) – Padre Grego: Afirmava que o Espírito é um ser consubstancial a Deus e não uma força ativa procedente de Deus. Baseado em 1Co 12,11, afirmava que se o Espírito atua e distribuiu os dons segundo à sua vontade, Ele não pode ser uma força impessoal ou mera manifestação. Segundo Orígenes, o Espírito trabalha na vida do crente, mas sua eficácia chega somente aos santos ou aos batizados para que vivam em boas obras e permanecem em Deus.
d) Atanásio (U c.373) – Padre Grego; Basílio Magno (U c.379); Gregório de Nissa (U c.394) e Gregório Nazianzeno (U c.390) – Padres Capadócios: O Espírito é visto em relação à controvérsia ariana que negava a divindade do Filho e consequentemente do Espírito. Para eles, o Espírito é da mesma substância do Pai e do Filho e procede do Pai através do Filho. É o Espírito do Pai e também do Filho. Portanto, o Espírito é Deus.
2. Heréticas
Até meados do séc. IV a divindade do Espírito não foi posta em questão, mas à medida que a divindade do Filho fora colocada em dúvida a do Espírito também passa a ser questionada. O Espírito é Deus ou uma força divina? Ele é da mesma natureza de Deus? De que forma ele procede já que não é gerado?, interrogavam.
a) Arianos: Aécio e Eunômio, da segunda geração dos arianos, desenvolveram a partir de 357 o conceito de que o Espírito é a primeira criatura do Filho, assim como o Filho é do Pai. O Espírito é inferior ao Filho assim como o Filho é inferior ao Pai.
b) Trópicos (359-360): São ortodoxos quanto ao Filho, mas afirmam que o Espírito não é consubstancial ao Pai e ao Filho.
c) Pneumatômacos: O Espírito é apenas uma força; um instrumento criado por Deus para agir no homem e no mundo. A natureza do Espírito é inferior à natureza do Pai e do Filho.
3. Da experiência à razão: o contributo de santo Agostinho
1. Situação em santo Agostinho: Quando o Bispo de Hipona entra no cenário das controvérsias pneumatológicas, a fórmula trinitária já havia sido largamente discutida pelos padres conciliares e definida pelos Concílios de Niceia (325) e Constantinopla (381). Todavia a questão passara da conciliação lógica da Trindade e da unidade divinas à sua conciliação propriamente metafísica. Era necessário desenvolver uma teologia a respeito da fé trinitária.
a) De fide et symbolo (393): Comenta que a doutrina do Espírito ainda não fora, até sua época, estudada com a mesma abundância que a das outras Pessoas. A pneumatologia tem, por conseguinte, seu próprio estatuto e não se deve chamar o Espírito de Pai e nem de Filho, mas de Espírito Santo.
b) De Trinitate (399-419): Desenvolve um estudo particular e profundo de cada uma das Pessoas divinas, amplia o conceito de pessoa herdado dos estoicos e acrescentado à Trindade e coloca na Terceira Pessoa da Trindade uma doutrina original, descobrindo propriedades absolutas e irrepetíveis no Pai e no Filho. Substitui o termo grego hypostasis pelo correspondente latino persona (cf p.86-90). O que caracteriza a Pessoa divina, segundo o rapsodo, “é a maneira pela qual ela se revela, o que não pode ser diferente do que ela é na sua realidade” (p.87). Cada pessoa possui um caráter único. Assim, alguns dos atributos que são comuns entre o Pai e o Filho e não os distinguem são propriedades da essência. O Pai não é Pai senão do Filho, o Filho não é Filho senão do Pai, mas o Espírito é Espírito de ambos (Pai: Mt 10,20;Rm 8,11; Filho: Gl 4,6 Rm 8,9). O Espírito é comum ao Pai e ao Filho, a santidade comum, o amor e a unidade. Essa comunhão é consubstancial e coeterna. O Espírito é Espírito e amor das duas primeiras pessoas, procede delas, mas principalmente do Pai. O Espírito é chamado de Dom de Deus, sendo este título também uma propriedade do Espírito quando nos é dado. O Espírito, por conseguinte, é o princípio da unidade da Igreja, pois Ele reúne o Povo de Deus na unidade. O centro da eclesiologia pneumatológica agostiniana é: communio sacramentorum (sacramento de comunhão), obra de Cristo, e societas sanctorum (sociedade santa).
2. O dogma da Trindade: Agostinho aborda o tema com recursos metodológicos da hermenêutica bíblica de seu tempo. Sistematicamente demonstra a igualdade e a unidade presentes entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo nas suas atuais relações intradivinas. Com o conceito de pessoa aplicado ao Espírito, Agostinho o distingue do Pai e do Filho, mesmo que para isso empregue recursos psicológicos pelo fato de não conseguir traduzir o mistério adequadamente.
3. O Espírito Santo como Um da Trindade: Não há qualquer subordinação, acidente ou diversidade, entre as Pessoas da Trindade. Ele reconhece que é mais fácil falar da relação entre o Pai e o Filho do que evidenciar a relação do Espírito com ambos sem que se perca a sua singularidade. Caracteriza, portanto, as propriedades de cada Pessoa e acentua que o Espírito é presente (donum; ver p.95-97; termo que se refere também à missão do Espírito (p.94; e sua denominação como amor; p.96) do Pai e do Filho e é comunhão (communio) entre ambos. O Espírito é igual em tudo ao Pai e ao Filho, consubstancial, coeterno na unidade da Trindade. Deus revela-se, por conseguinte, sempre trinitariamente.
4. Procede do Pai e do Filho – Filioque: Duas dificuldades são suscitadas: a origem do Espírito e o conjunto das relações recíprocas das três pessoas. Agostinho afirma que o Espírito procede do Pai e do Filho. “Como Espírito de Deus e de Cristo, como dádiva do Pai e do Filho, como amor que une a ambos, o Espírito procede do Pai e do Filho”, conclui (cf. p.92-94).
5. O Espírito Santo e a Igreja na visão de Agostinho: Três características do Espírito são apresentadas como sendo semelhantes à missão que o Filho delegou à Igreja: communio, caritas e donum (comunhão, caridade e dom); mostrando assim, que é o Espírito que conduz a Igreja nos caminhos de Cristo.
Conclusão
A contribuição agostiniana à Teologia do Espírito Santo destaca-se não apenas por sua profundidade, mas também pelo fato de ele repensar conceitos e vocábulos que já em seu tempo havia perdido a pujança e, por isso, não respondia as novas indagações do seu tempo. O teólogo reconhece em diversas ocasiões os limites da linguagem e dos sentimentos humanos para expressar adequadamente o mistério. Embora a semântica do mistério trinitário agostiniano tenha os seus limites, a Teologia Trinitária avançou muitíssimo depois de sua arguta contribuição, sempre regada de sentimento, reverência e humildade.

(Roteiro de estudo apresentado na aula de Pneumatologia no curso de Mestrado em Teologia da PUC, RJ. Baseado no texto original de KUZMA, Cezar Augusto. Da experiência à razão. A compreensão pneumatológica em Santo Agostinho in TEPEDINO, Ana Maria (org.) Amor e discernimento: experiência e razão no horizonte pneumatológico das Igrejas. São Paulo: Paulinas, 2007, p.73-9.)

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